¿Cuál es el mejor anticoagulante para la trombosis relacionada con el cáncer?

<p style="text-align: justify">El mejor tratamiento de los eventos tromboembólicos en pacientes con cáncer es la heparina de bajo peso molecular, que ha demostrado ser más eficaz en comparación con los antagonistas de la vitamina K. Por outro lado, los nuevos anticoagulantes orales (NOACS) han sido evaluados em este contexto con resultados prometedores. Un <em>metanálisis en vivo</em> (este enfoque permite la actualización constante de la revisión) comparó recientemente el uso de NOACS con dalteparina en el tratamiento de la trombosis relacionada con el cáncer.</p> <p style="text-align: justify">El metanálisis evaluó 51 estudios elegibles e incluyó 4 ensayos controlados aleatorios en el análisis que compararon dalteparina subcutánea con NOACS (endoxabán, rivaroxabán y apixabán). La duración del tratamiento fue de 6 meses. Dos estudios incluyeron pacientes con cáncer activo y los otros 2 con antecedentes de cáncer. El número total de pacientes evaluados en el estudio fue de 2.894. La mayoría (91,5%) tenían cáncer de órgano sólido y más de la mitad (61,1%) tenían enfermedad metastásica. El cáncer más común fue el cáncer colorrectal (18,8%) y la manifestación trombótica más frecuente fue la trombosis venosa profunda (38,8%).</p> <p style="text-align: justify">Se observaron un total de 214 (7,3 %) eventos tromboembólicos, 82 (5,6 %) en el grupo NOACS y 132 (9,1 %) en el grupo dalteparina. NOACS reducieron la recurrencia de eventos tromboembólicos en un 41 % en comparación con deltaparina. En cuanto al sangrado, ocurrieron 121 (4,2%) eventos totales, 69 (4,8%) en el grupo NOACS y 52 (3,6%) en el grupo dalteparina, sin diferencia significativa entre los grupos. Sin embargo, las hemorragias no mayores clínicamente relevantes (total 269 - 9,2 %) fueron mayores en el grupo NOACS (162 - 11,2 %) en comparación con dalteparina (107 - 7,3 %). Entre los sitios de sangrado, el estudio sugiere que los NOACS no aumentaron el sangrado del tracto gastrointestinal, pero aumentaron el sangrado genitourinario. Por otro lado, el sangrado intracraneal, el sangrado fatal y la mortalidad fueron similares entre los grupos. Evaluando los NOACS por separado, tanto apixabán como rivaroxabán disminuyeron la recurrencia de eventos tromboembólicos en comparación con dalteparina.</p> <p style="text-align: justify">Por lo tanto, el estudio muestra que el tratamiento de la trombosis relacionada con el cáncer con NOACS podría prevenir la recurrencia de la trombosis de manera más efectiva que la dalteparina, sin impacto en las hemorragias importantes, pero con mayor precaución en aquellos pacientes con alto riesgo de hemorragias.</p> &nbsp; <img class=" wp-image-33062 aligncenter" src="http://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/wp-content/uploads/2021/12/kevin-de-paula.jpg" alt="" width="312" height="189" /> &nbsp; Referencia <a href="https://b-s-h.org.uk/about-us/news/direct-oral-anticoagulants-should-be-standard-of-care-for-cancer-patients-with-thrombosis/">https://b-s-h.org.uk/about-us/news/direct-oral-anticoagulants-should-be-standard-of-care-for-cancer-patients-with-thrombosis/</a> &nbsp;
21/3/2022

Qual o melhor anticoagulante para tromboses relacionadas a câncer?

<p style="text-align: justify;">O melhor tratamento de eventos tromboembólicos em pacientes com câncer estabelecido é a heparina de baixo peso molecular. Ela se mostrou mais eficaz quando comparada aos antagonistas da vitamina K. Os <a href="https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/novos-anticoagulantes-noacs-tudo-o-que-voce-queria-saber/">novos anticoagulantes orais</a> (NOACS) tem sido avaliados para esse fim com resultados promissores. Uma metanálise viva (é abordagem que permite a atualização constante da revisão) recente comparou o uso de NOACS com a dalteparina no tratamento da trombose relacionada ao câncer.</p> <p style="text-align: justify;">A metanálise avaliou 51 estudos elegíveis e incluiu 4 ensaios clínicos randomizados na análise comparando a dalteparina subcutânea com NOACS (endoxabana, rivaroxabana e apixabana). A duração do tratamento foi de 6 meses. Dois estudos incluíram pacientes com câncer ativo e os outros 2 com antecedente de câncer. O número total de pacientes avaliados no estudo foi de 2.894. A maioria dos pacientes (91,5%) possuía câncer de órgão sólido e mais da metade (61,1%) apresentaram doença metastática. O câncer mais comum foi o câncer colorretal (18,8%). A manifestação trombótica mais comum foi a trombose venosa profunda (38,8%).</p> <p style="text-align: justify;">Um total de 214 (7,3%) de eventos tromboembólicos foram observados, 82 (5,6%) no grupo NOACS e 132 (9,1%) no grupo dalteparina. Os NOACS diminuíram em 41% a recorrência dos eventos tromboembólicos em relação à deltaparina. Em relação a sangramentos, 121 (4,2%) de eventos ocorreram, sendo 69 (4,8%) no grupo NOACS e 52 (3,6%) no grupo dalteparina, sem diferença significante entre os grupos. Entretanto, os sangramentos não maiores clinicamente relevantes (total de 269 - 9,2%) foram maiores no grupo NOACS (162 - 11,2%) em relação à dalteparina (107 – 7,3%). Entre os sítios de sangramento, o estudo sugere que os NOACS não aumentaram o sangramento do trato gastrointestinal, mas aumentaram o sangramento geniturinário. Já os sangramentos intracranianos, sangramentos fatais e mortalidade foram semelhante entre os grupos. Avaliando separadamente os NOACS, ambas apixabana e rivaroxabana diminuíram a recorrências de eventos tromboembólicos quando comparados a dalteparina.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>O estudo mostra, portanto, que o tratamento de trombose relacionada ao câncer com os NOACS poderia prevenir a recorrência de trombose de maneira mais eficaz do que a dalteparina, sem impacto em sangramentos maiores, mas com cuidado maios naqueles pacientes com alto risco para sangramentos.</strong></p> <p style="text-align: justify;">Referência</p> <p style="text-align: justify;"><a href="https://b-s-h.org.uk/about-us/news/direct-oral-anticoagulants-should-be-standard-of-care-for-cancer-patients-with-thrombosis/">Riaz IB, Fuentes HE, Ahmed Naqvi SA, He H, Riaz Sipra QU, Tafur AJ, Padranos L, Wysokinski WE, Marshall AL, Vandvik PO, Montori V, Bryce AH, Liu H, Badgett RG, Murad MH, McBane RD 2nd. Direct Oral Anticoagulants Compared With Dalteparin for Treatment of Cancer-Associated Thrombosis: A Living, Interactive Systematic Review and Network Meta-analysis. Mayo Clin Proc. 2021 Jun 22:S0025-6196(20)31373-2. doi: 10.1016/j.mayocp.2020.10.041. Epub ahead of print. PMID: 34172290.</a></p>
10/2/2022

5-fluorouracil aumenta realmente o risco de infarto agudo do miocárdio?

<p style="text-align: justify;">O quimioterápico 5-fluorouracil é uma fluoropirimidina, um agente quimioterápico utilizado para tratamento de diversos tipos de cânceres como: câncer do trato gastrointestinal, mama, colorretal, cabeça e pescoço, entre outros. <strong>Os efeitos adversos cardiovasculares mais comuns do 5-fluorouracil são dor torácica que podem ou não representar um quadro de infarto agudo do miocárdio.</strong> Manifestações menos frequentes são: fibrilação atrial, miocardite ou pericardite, insuficiência cardíaca e até óbito decorrente de um infarto agudo do miocárdio. Fatores que podem preceder essas complicações são vasoespasmo coronariano resultando em injúria endotelial e do cardiomiócito. Outras drogas usadas na <a href="https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/tag/cardio-oncologia/">oncologia</a> também podem causar isquemia miocárdica (vide figura abaixo).</p> <img class="aligncenter size-full wp-image-33346" src="http://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/wp-content/uploads/2022/01/qt.png" alt="" width="1920" height="956" /> <p style="text-align: justify;">A incidência de isquemia miocárdica relacionada ao uso das fluoropirimidinas é controversa. Um estudo dinamarquês publicado recentemente avaliou o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) em pacientes com câncer do trato gastrointestinal (GI) tratados com 5FU. O estudo incluiu 30.870 pacientes (46.4% mulheres, idade média 65 anos), dos quais 10.290 pacientes possuíam câncer GI tratados com 5FU e 20.580 foram do grupo controle.</p> <p style="text-align: justify;">A incidência cumulativa de infarto em 6 meses foi maior no grupo que utilizou o 5-fluorouracil 0,7% comparados com 0,3% da população geral, com risco de óbito de 12,1% no grupo 5FU vs 0,6% no grupo controle. A incidência cumulativa de IAM em 12 meses foi de 0,9% no grupo 5FU e 0,6% no grupo controle, com risco de óbito de 26,5% no grupo 5FU <em>vs</em> 1,4 % no grupo controle.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>Em relação ao tempo para o infarto agudo do miocárdio, 55,4% dos casos de IAM ocorreram dentro de 5 dias da administração do 5-fluorouracil e 75,4% dentro de 1 mês da administração do quimioterápico.</strong> Pacientes com antecedentes de doença coronária (DAC) apresentaram um risco significantemente maior (1,8% maior em 1 ano, p = 0,014) de apresentar algum evento quando comparados com aqueles sem antecedentes. A mortalidade cardiovascular em 180 dias foi de 0,26% no grupo controle, 1,55% no grupo 5FU em pacientes sem antecedentes de DAC e 3,15% em pacientes com antecedentes de DAC. Apesar do aumento absoluto do risco de IAM ter sido modesto, impacta em um risco significante maior na mortalidade.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>Essa é a maior análise publicada sobre a incidência de IAM em pacientes recebendo 5FU para tratamento de câncer GI.</strong> O estudo tem alguns pontos fortes como: a amostra elevada de pacientes, a demonstração do tempo do IAM após o uso de do agente e o impacto de DAC preexistente como um fator de risco importante para a ocorrência de um novo evento. Entretanto, o estudo apresentou algumas limitações importantes principalmente a não descrição da dose e o modo de administração do 5FU e o papel dos outros agentes quimioterápicos administrados concomitantes ao 5FU durante o tratamento.</p> <p style="text-align: justify;">O estudo marca uma melhora no entendimento da cardiotoxicidade secundária 5FU com um aumento de 6 -12 meses do risco de IAM.</p> <p style="text-align: justify;">Referências</p> <p style="text-align: justify;"><a href="https://www.medscape.com/viewarticle/965416#vp_2">https://www.medscape.com/viewarticle/965416#vp_2</a></p> <p style="text-align: justify;">Jan Walter Dhillon Shanmuganathan, Kristian Kragholm, Bhupendar Tayal, Christoffer Polcwiartek, Laurids Ostergaard Poulsen, Tarec Christoffer El-Galaly, Emil Loldrup Fosbøl, Maria D’Souza, Gunnar Gislason, Lars Køber, Morten Schou, Dorte Nielsen, Peter Søgaard, Christian Tobias Torp-Pedersen, Mamas A. Mamas, Phillip Freeman, Risk for Myocardial Infarction Following 5-Fluorouracil Treatment in Patients With Gastrointestinal Cancer: A Nationwide Registry-Based Study, JACC: CardioOncology, Volume 3, Issue 5,2021, Pages 725-733.</p> <p style="text-align: justify;">Giorgio Minotti, Massimiliano Camilli,Risk of Myocardial Infarction in Patients Treated With 5-Fluorouracil: Balancing the Evidence With Black Boxes . JACC: CardioOncology,Volume 3, Issue 5,2021,Pages 734-736.</p>
21/1/2022

¿El cáncer aumenta el riesgo de desarrollar fibrilación auricular?

<p style="text-align: justify">La prevalencia de fibrilación auricular (FA) aumenta con la edad y es considerada la arritmia responsable por 1 de cada 7 casos de accidente cerebrovascular isquémico. Es sabido, que los casos de ictus secundario a FA también tienen una evolución más grave.<a href="https://www.heartrhythmjournal.com/article/S1547-5271(19)30307-8/fulltext"><sup>1</sup></a> Existen docenas de factores de riesgo para FA (como puede ver en la siguiente figura). ¿Es el cáncer uno de estos factores?</p> <img class="wp-image-31706 aligncenter" src="http://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/wp-content/uploads/2021/08/FA-fatores-de-risco-1024x521-espanhol-300x153.png" alt="" width="533" height="272" /> <p style="text-align: justify">Un estudio publicado recientemente en <em>JACC Cardioncology <a href="https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jaccao.2021.03.006"><sup>2</sup></a></em> evaluó la aparición de FA en pacientes con diagnostico nuevo de diferentes tipos de cáncer. El trabajo llevado a cabo en una cohorte de Corea del Sur incluyó a un total de 816,811 pacientes inscritos en el departamento nacional de salud de ese país entre 2009 y 2016. También fue seleccionado un grupo de sujetos de control sin cáncer, emparejados por edad y sexo (1: 2; n = 1,633,663), y se excluyó a quienes ya tenían el diagnostico de FA antes del cuadro oncológico.</p> <p style="text-align: justify">La ocurrencia de FA fue 64% mayor en el grupo de pacientes con diagnóstico nuevo de neoplasia durante en los 5 años consecutivos al diagnóstico, con tendencia a un aumento progresivo de su ocurrencia.</p> <p style="text-align: justify">Entre los factores independientes para la aparición de FA se destacan los siguientes:</p> <ul style="text-align: justify"> <li>Tratamiento quimioterápico (antraciclinas, melfalam, ibrutinib).</li> <li>Tipo de neoplasia primaria (mieloma múltiple, leucemia y linfoma)</li> <li>Comorbilidades previas (edad mayor de 65 años, HTA, DM, dislipidemia, insuficiencia renal, IMC mayor de 25 y tabaquismo)</li> <li>Radioterapia con incidencia en el tórax.</li> </ul> <p style="text-align: justify">Cada vez más nos damos cuenta de que la relación entre <a href="https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/tag/cardio-oncologia/">oncología y cardiología</a> es más grande. El cardiólogo debe estar alerta a la gran cantidad de problemas que pueden surgir en el sistema cardiovascular de un paciente con cáncer, incluyendo la aparición de arritmias como la FA.</p> <p style="text-align: justify"><strong> </strong></p> <img class=" wp-image-29692 aligncenter" src="http://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/wp-content/uploads/2021/03/28805364-cd63-47be-9e88-348f6e479a8c-300x182.jpg" alt="" width="326" height="198" /> &nbsp; <p style="text-align: justify"><strong>Referencias</strong></p> <ol style="text-align: justify"> <li><a href="https://www.heartrhythmjournal.com/article/S1547-5271(19)30307-8/fulltext">Rosenfeld, L. E.et al. The Heart Rhythm Society/American College of Physicians Atrial Fibrillation Screening and Education Initiative. Hear. Rhythm 16, e59–e65 (2019).</a></li> <li><a href="https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jaccao.2021.03.006">Yun, J. P.et al. Risk of Atrial Fibrillation According to Cancer Type: A Nationwide Population-Based Study. JACC CardioOncology 3, 221–232 (2021).</a></li> </ol>
12/8/2021