Você sabe qual a definição de síncope?

Já vimos em um post anterior que nem toda perda de consciência é uma síncope, mas toda síncope evoluiu com perda de consciência. Mas você sabe qual a definição exata de síncope? Síncope é definida como uma perda transitória da consciência resultante de um hipofluxo cerebral global e que tem início súbito, rápida duração e recuperação espontânea. Pacientes que fazem assistolia ou parada sinusal de 6 segundos já podem ter síncope. Da mesma forma, um paciente normotenso que em pé faz PAS sistólica inferior a 50-60 mmHg também já pode ter perda de consciência.

Exemplos práticos:

Caso 1 - Paciente de 65 anos refere HAS e vem em uso de atenolol e clortalidona. Chega à emergência após ter tido episódio de perda de consciência súbito, sem eventos premonitórios. Ficou alguns segundos desacordada no chão. Nega mordedura de lpingua, liberação esfincteriana. ECG da admissão mostra BAVT com QRS largo e FC de 30 bpm.

É síncope ou não? Sim! A paciente tem uma história que sugere síncope por causa cardiogênica (início súbito, sem sintomas premonitórios) e o ECG confirma uma causa óbvia de síncope que é o BAVT.

Caso 2 - Paciente diabético de 52 anos foi encontrado desacordado na rua. Ambulância estava passando por perto e o levou rapidamente a uma emergência próxima (5 min até chegar lá). Na admissão, HGT de 32. Feito glicose IV com rápido retorno do nível de consicência normal.

É síncope ou não? Não! Trata-se de um hipoglicemia clara. Não tem nada a ver com a definição de síncope. O fluxo sanguíneo cerebral estava mantido o tempo todo. O que faltava era glicose no sangue. Além disso, a perda de consciência não foi de rápida duração e nem a recuperação foi espontânea, necessitando da infusão de glicose IV para ocorrer.