STS ou Euroscore: qual o melhor escore de risco para revascularização miocárdica?

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STS ou Euroscore: qual o melhor escore de risco para revascularização miocárdica?

Os dois escores mais usados para predizer risco de complicações antes de cirurgias cardíacas são o STS (criado pela Society of Thoracic Surgeons dos Estados Unidos) e o Euroscore (criado, como o nome sugere, por europeus). Guidelines prévios seguiam então a tendência: europeus indicavam o Euroscore. Americanos, o STS. O último guideline europeu de revascularização seguiu um caminho diferente:

       
  • Os europeus agora recomendam com o escore preferencial a ser usado antes de revascularização miocárdica é o STS (recomendação IB).

O Euroscore pode ser também calculado mas com recomendação fraca (IIb).

Por que isso? No documento é citado trabalho prévio que sugere que o STS de fato tem poder discriminatório melhor em relação à mortalidade intra-hospitalar, apesar de ser enfatizado que os estudos são heterogêneos sobre o tema.

Alguns pontos práticos:

       
  • O euroscore basicamente calcula o rico de morte pós-cirurgia. Já o STS dá o risco de várias outras complicações como tempo de ventilação mecânica prolongado e insuficiência renal aguda. Assim, é mais completo.
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  • E se eu calcular os dois escores e eles falarem que o risco do meu paciente é baixo mas minha percepção clínica for que o paciente é de risco moderado ou mesmo alto? Obviamente percepção clínica depende muito da experiência do médico mas vale lembrar que todos estes escores possuem limitações. Por exemplo, nenhum deles avalia fragilidade do paciente. Já vimos como isso pode ser mensurado em outro post. Ou seja: você já tem experiência de alguns anos vendo pós-op de cirurgia cardíaca nas costas e está achando subjetivamente que seu paciente tem risco elevado ao fazer uma cirurgia no seu serviço mas o escore é baixo? Provavelmente você está certo!

Referência: guideline europeu de revascularização de 2018