Quando pensar em taquicardiomiopatia?

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Quando pensar em taquicardiomiopatia?

Tem dificuldade em lembrar do diagnóstico de taquicardiomiopatia na prática? Aqui vão algumas dicas.

Paciente de 42 anos refere dispneia aos esforços há alguns meses. ECG mostra:

ECO mostrou FE 40%. Holter com 27% de EEVV. Sorologia para chagas negativa. Angiotc de coronárias sem lesões. RMC sem sinais de displasia de VD. Qual a provável causa da disfunção ventricular?

As taquicardiomiopatias são uma importante causa de disfunção ventricular, que devem ser identificadas devido ao potencial de reversibilidade e impacto prognóstico.

Podem ser classificadas em:

  • disfunção induzida pela arritmia, quando a arritmia é a causa da IC
  • disfunção mediada pela arritmia, quando a IC preexistente é agravada pela arritmia.

Não está determinada a frequência cardíaca (FC) exata para desencadear taquicardiomiopatia, mas há evidência sugerindo que FC > 100 bpm ou densidade de extrassistolia ventricular > 10.000-25.000 (ou > 10-24%) por dia possa resultar em disfunção ventricular.

IMPORTANTE: não é só a FC elevada que gera disfunção, mas sobretudo a dissincronia miocárdica associada.

Considerando o grande potencial de recuperação com o tratamento adequado, seja através de controle do ritmo ou da frequência, recomenda-se uma abordagem proativa em casos suspeitos de taquicardiomiopatia.

O tempo da recuperação pode levar até 1 ano após o tratamento.

Resposta do caso: Como há grande densidade de extrassístoles ventriculares e outras causas mais comuns de disfunção ventricular foram excluídas, devemos sim pensar na possibilidade de taquicardiomiopatia. Esta ficaria confirmada caso após controlar-se a arritmia a função sistólica do VE voltasse ao normal.

O texto acima vem do nosso livro Cardiologia Cardiopapers.