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Paciente, 54 anos com episódios de palpitações.
- Resposta: Taquicardia atrioventricular por Duplo Passo Nodal ( " One - To - Two")
Sinônimos: Conhecida como "Duplo passo nodal", "One - To - Two", "Taquicardia atrioventricular por Duplo Passo Nodal"Discussão: Manifestação incomum do mecanismo de arritmias mediadas por via assessória em que uma extra sístole atrial pode ser conduzida anterogradamente pela via rápida ( 1 estímulo) e se a condução pela via lenta for suficientemente prolongada pode resultar em um segundo estímulo ventricular ( em suma , um estímulo atrial produzindo 2 estímulos ventriculares). Ocorre em <1% das arritmias por dupla via nodal.
- A condução pela via lenta é lenta o bastante permitindo que o nó AV e o sistema His - Purkinje recupere sua excitibilidade;
- O PR efetivo so sistema His - Purkinje tem que ser menor que a diferença entre o tempo de condução da via rápida e lenta
- Dicas Eletrocardiográficas: Deve ser suspeitada em arritimas paroxísticas irregulares associada com a mudanças marcadas do PR durante o rítmo sinusal. Alternância dos tamanhos do QRS também são indicativos desta arritmia.
- Diagnóstico Diferencial:
oO diagnóstico pode ser confundido com:oFibrilação atrialoExtra-sístoles juncionais (bigeminismo)oExtra-sístoles ventriculares (distúrbio de condução pelo ramo D)
- oSão descritos aproximadamente 20 casos na literatura
- oPacientes com idades entre 44 a 74 anos
- oDuração dos sintomas de 7 anos
- oTaquicardiomiopatia secundária ao Duplo passo tem sido reportado recentemente
- oA ablação da via lenta recupera a função ventricular em 11 meses de follow-up (tempo descrito em alguns relatos de caso)
- Conclusões:
oDuplo passo é uma arritmia rara
oFrequentemente mal diagnosticada
oO EEF é indispensável para a confirmação diagnóstica
oA ablação da via lenta é o único tratamento efetivo
oOs antiarritmicos são frequentemente ineficazes
Agradecimentos: PEDRO VERONESE ( InCor) e Dr Anderson (Residente Cardiologia - InCor)
Referências:
TAQUICARDIOMIOPATIA POR DUPLO PASSO NODAL: SUCESSO NO TRATAMENTO COM RADIOFREQUÊNCIAPEDRO VERONESE, Thatiane Ticom, Alexandre Mazer, Leonardo Augusto, Julio Cesar Sousa,
Relampa 2009 22(4):243-283.
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ATUALIZAÇÃO (21/02/2011):
Como é inerente do fenômeno de Duplo passo, o ECG exposto acima, gera dúvidas quanto o diagnóstico diferencial com Extra sístoles /bigeminismo atrial e a paciente ainda não realizou EEF para confirmação diagnóstica, disponibilizo o caso de mulher de 40 anos com quadro de dispnéia aos esforços associado a espisódios freqüentes de palpitações taquicárdicas em que o diagnóstico de Duplo passo nodal ( One- To - Two) foi confirmado por Estudo Eletro fisiológico e apresentou melhora dos sintomas após Ablação ( caso gentilmente cedido por Dr Pedro Veronese - InCor).
Os ECG acimas, servem para exemplificar melhor o fenômeno.
Aguardamos conmetários.