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Fibrilação atrial é uma das morbidades cardiológicas de maior dificuldade para manejo prático. Os novos anticoagulantes orais (NOACS) surgiram como boa opção terapêutica para o manejo de pctes com FA. Contudo, boa parte dos trials excluíram pctes com valvopatias. Mas, que valvopatias? Todas? Apenas Algumas? Na verdade, isto varia de trabalho para trabalho.
Por causa disto, os próprios guidelines europeu e americano também adotam critérios um pouco diferentes para se definir o que ou não FA valvar.
Neste trabalho atual, os autores fizeram uma análise do uso do Dabigatran entre pacientes com algum grau de acometimento valvar e aqueles sem qualquer acometimento. Chama atenção o fato que os pacientes que eram portadores de doença da valvar tinham mais comorbidades (disfunção ventricular esquerda, angina, hipertensão arterial, pior função renal e revascularização do miocárdio).
As taxas de hemorragias intracranianas e de mortalidade foram inferiores, com ambas as doses de dabigatran do que com varfarina, mais uma vez, independentemente da presença de doença cardíaca valvar.
Conclusão:
Os autores concluem que os clínicos podem fazer uso de Dabigatram para pacientes que tenham doença valvar, EXCLUINDO-SE os pacientes com estenose mitral grave ou prótese metálica.
- Comparison of Dabigatran and Warfarin in Patients With Atrial Fibrillation and Valvular Heart Disease The RE-LY Trial (Randomized Evaluation of Long-Term Anticoagulant Therapy) - Circulation -2016;134:589–598.