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LAAOS III: vale a pena excluir o apêndice atrial esquerdo na cirurgia cardíaca?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
15/5/2021
Fibrilação atrial causa cerca de 1 em cada 6 AVCs. Normalmente, o risco de embolia na FA é reduzido com o uso de anticoagulantes. Sabe-se que a maioria dos trombos na FA surgem no apêndice atrial esquerdo. Essa estrutura pode ser vista no vídeo abaixo.
Uma forma de se reduzir o risco de embolia na FA é excluir o apêndice atrial esquerdo. Isso pode ser feito por forma percutânea ou por via cirúrgica. Será, então, que vale a pena excluir essa estrutura em pacientes que já serão encaminhados para cirurgia cardíaca por outros motivos e que possuem FA? Isso traz algum benefício real em relação à redução do risco embólico? O assunto é bem controverso e a diretriz americana mais recente de FA coloca como indicação IIb a conduta (ou seja, deve ser considerada como conduta de exceção).
O ideal seria ter um trial adequadamente desenhado para responder a esta pergunta específica. Com esse objetivo, foi feito o trial Left Atrial Appendage Occlusion Study III (LAAOS III). Como foi montado o trial?
- 4,812 pctes randomizados
- Critérios principais de inclusão: pacientes com 18 anos que iam para cirurgia cardíaca e que possuem FA ou Flutter com CHADSVASC ≥2
- Critérios principais de exclusão: pacientes que iam ser submetidos à cirurgia sem CEC, colocação prévia de device de oclusão de apêndice atrial esquerdo por via percutânea
- Endpoint primário: primeira ocorrência de evento embólico
Resultados:
- Houve redução do desfecho primário com o fechamento do AAE. A incidência de eventos caiu de 7% para 4,8% durante o follow-up de 3,8 anos.
- Não houve aumento de eventos adversos (ex: sangramento pós-operatório)
- Para ver maiores detalhes do estudo, assista nosso resumo abaixo