Desmascarando o Padrão Eletrocardiográfico de Brugada Tipo I. Como Fazer o Teste da Ajmalina?

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Desmascarando o Padrão Eletrocardiográfico de Brugada Tipo I. Como Fazer o Teste da Ajmalina?

A Síndrome de Brugada é caracterizada pelo padrão eletrocardiográfico de Brugada tipo I e sintomas como: taquicardia ventricular polimórfica, síncope, parada cardiorrespiratória em fibrilação ventricular ou respiração agônica noturna. O padrão eletrocardiográfico de Brugada tipo I é o supradesnivelamento do segmento ST nas derivações direitas (V1, V2 e V3) com o aspecto em “corcova de golfinho”. Embora esse achado seja fundamental para a definição da síndrome, ele é intermitente, podendo estar presente em um eletrocardiograma e ausente em outro feito alguns dias após.

Devido a essa intermitência é possível proceder a algumas provas farmacológicas para se tentar “desmascarar” ou, melhor dizendo, evidenciar o padrão tipo I de Brugada. A literatura sugere que os fármacos bloqueadores de canais de Na⁺ são as drogas de eleição, tais como: ajmalina, flecainide, pilsicainide, procainamida e propafenona. Desses fármacos, o que tem melhor evidência na literatura é a ajmalina, pois tem uma meia vida curta e uma melhor sensibilidade para este fim.

Como proceder o teste?

O paciente deve estar monitorado com derivações superiores (V1 e V2 no 1° espaço intercostal (EIC), V3 e V4 no 2°EIC, V5 e V6 3°EIC) e um desfibrilador deve estar disponível. A ajmalina deve ser infundida 1mg/Kg em até 10min – dose máxima 100mg. Durante a infusão deve-se registrar ECGs seriados. Veja a figura 1.

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Fig. 1: A esquerda ECG basal de um paciente com suspeita de Síndrome de Brugada. A direita o ECG do mesmo paciente após infusão de ajmalina “desmascarando” o padrão tipo I de Brugada.

Referências:

1. Heart, Lung And Circulation (2015) 24, 1141–1148.

2. Cardiovascular Journal of Africa. Vol 24, No 2, March 2013e6