Como Abordar os Pacientes com Extrassístoles Ventriculares Monomórficas?

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Como Abordar os Pacientes com Extrassístoles Ventriculares Monomórficas?

Já escrevi sobre esse tema em alguns posts prévios. Para mais detalhes dê uma olhada aqui:

A abordagem das extrassístoles ventriculares (EEVV) monomórficas não é consensual na literatura médica e, recentemente, um novo artigo foi publicado sobre o tema por Gregory M. Marcus e cols. A estratégia proposta pelo autor é apresentada a seguir:

- Avalie a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) do paciente.

- Avalie a densidade das EEVV em um Holter de 24h.

- Avalie a presença de sintomas. Eles devem incomodar a tal ponto que, mesmo ciente de que o tratamento não é necessário para reduzir o risco de morte súbita, o paciente deseja a instituição de terapia.

- Avalie se há causas reversíveis para as EEVV que devam ser tratadas e/ou outras causas que justifiquem a redução na fração de ejeção que não as EEVV.

O fluxograma a seguir deve ser empregado após causas prontamente reversíveis de EEVV ou de disfunção ventricular tenham sido descartadas. Casos mais complexos devem ser avaliados por um arritmologista/eletrofisiologista.

Conclusão dos autores:

Pacientes com sintomas que incomodam, mesmo após serem tranquilizados sobre a benignidade do quadro, ou com disfunção ventricular esquerda, o tratamento medicamentoso ou ablação por cateter são alternativas razoáveis como primeira estratégia. Em geral, a ablação por cateter tem resultados superiores ao tratamento farmacológico. Em pacientes com coração estruturalmente normal, o tratamento objetiva a melhora na qualidade de vida, portanto a preferência do paciente entre anti-arrítmicos ou ablação deve ser levada em conta na abordagem inicial. Em pacientes assintomáticos, sem disfunção ventricular e com alta densidade de EEVV a melhor estratégia inicial não está totalmente clara. Geralmente a vigilância com exames anuais é suficiente.

Conclusão do Cardiopapers:

Quando avaliar um paciente com extrassístoles procure sempre se há algo por trás, que possa ser identificado e tratado. Descarte cardiopatia estrutural, se presente, foque no seu tratamento e não nas EEVV. Veja se de fato os sintomas incomodam o paciente mesmo após ser tranquilizado da benignidade do quadro. Institua vigilância para identificar e tratar possível taquicardiomiopatia. NÃO prescreva amiodarona sem necessidade!!

Referência:

  1. Circulation. 2020;141:1404–1418.