Compartilhe
Antidepressivos e cardiopatia: o que você precisa saber?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
9/4/2019
A prevalência de depressão é aumentada em pacientes portadores de cardiopatias. Mas, que medicações posso usar nestes casos para tratar o transtorno do humor? Algumas dicas de um artigo de revisão recente do JACC:
- A classe de medicações mais segura e recomendada para o tratamento inicial é a dos inibidores da recaptação da serotonina (ex: fluoxetina, citalopram, sertralina).
- Isso quer dizer que essas medicações não possuem risco em pacientes cardiopatas? Possuem sim. Mas parece ser o melhor perfil de risco x benefício dos antidepressivos.
- Seu uso já foi testado em vários cenários de doenças cardiovasculares, tendo os melhores resultados sido vistos em pacientes após síndrome coronariana aguda.
- Todas as medicações desta classe podem aumentar o intervalo QT, sendo este efeito mais pronunciado com o citalopram. Já comentamos isso neste post. Apenas relembrando:
- citalopram não deve ser usado em doses superiores a 40 mg.d
- em pacientes idosos (>60 anos) – a dose máxima é de 20 mg.d
- Pacientes em uso de citalopram que evoluem com intervalo QT corrigido superior a 500 ms devem ter a medicação suspensa.
- Citalopram deve ser evitado em pacientes com Síndrome do QT longo congênito
- Os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ex: venlafaxina e duloxetina) podem causar aumento da PA quando usados em doses mais altas.
- Evitar uso de tricíclicos em cardiopatas! Eles aumentam o intervalo QT e a incidência de arritmias ventriculares.
- Inibidores do monoamino oxidase possuem uma série de interações com medicações cardiovasculares e alimentos o que pode deflagrar crises hipertensivas.