Angioplastia coronariana em paciente anticoagulado: qual a melhor estratégia?

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Estudo apresentado no congresso da American Heart Association e publicado recentemente avaliou de forma prospectiva e randomizada qual a melhor estratégia de tratamento farmacológico em pacientes submetidos à angioplastia coronária com necessidade de anticoagulação oral devido fibrilação atrial. Foi incluída a avaliação de um dos novos anticoagulantes, no caso, o rivaroxaban,

Foram incluídos 2124 pacientes e divididos em 3 grupos:

- Rivaroxaban 15mg + Inibidor P2Y12 por 12 meses

- Rivaroxaban 2,5mg 2xd + AAS + Inibidor P2Y12 por 1, 6 e 12 meses

- Varfarina + AAS + Inibidor P2Y12 por 1. 6 e 12 meses

Cerca de 93% dos pacientes usaram clopidogrel como antiagregante de escolha e 65% colocaram stents farmacológicos. Aproximadamente 50% dos casos eram SCA. O desfecho primário avaliado foi sangramento clinicamente importante pelo critério TIMI. Foram observadas taxas de sangramento de 16,8% x 18,0% x 26,7% respectivamente nos grupos 1, 2 e 3 (p < 0,001). As taxas de mortalidade, acidente vascular encefálico e eventos cardiovasculares não apresentaram diferenças significativas.

Os autores concluem que em pacientes com fibrilação atrial e necessidade de angioplastia com stent, as estratégias de dupla terapia ou tripla terapia com dose reduzida de rivaroxaban foram mais seguras e reduziram taxas de sangramento comparativamente à tripla terapia convencional.

Pela primeira vez temos um estudo firmando o uso de novos anticoagulantes nesse contexto e ratificando achados do estudo prévio WOEST, uma vez que houve superioridade em termos de segurança da realização de dupla terapia sobre a tripla terapia farmacológica.

Referência: DOI: 10.1056/NEJMoa1611594