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Você pede tc de tórax para pacientes que irão fazer revascularização miocárdica?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
19/1/2019
Já vimos em post prévio quais os principais fatores de risco para acidente vascular cerebral (AVC) no perioperatório de cirurgia de revascularização miocárdica. Nele citamos que uma preocupação grande é a desgarramento de cálcio da aorta ascendente na hora da manipulação intraoperatória deste vaso. Como fazer para evitar isto? Em grandes centros americanos é feito de forma rotineira a ultrassonografia epiaórtica no intraoperatório. Basicamente pega-se um ultrassom, coloca-se uma proteção plástica para não contaminar o meio cirúrgico e passa-se o transdutor em cima da aorta para procurar locais de calcificação. Aqui no Brasil a disponibilidade deste método não é grande. E aí? O que fazer?
Dica da diretriz europeia de revascularização miocárdica de 2018:
- Em pacientes que irão ser submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica e que possuem mais de 70 anos e/ou possuem sinais de aterosclerose extensa, deve-se considerar a realização de tc de tórax sem contraste para avalia presença de calcificações na aorta ascendente.
Macete bem prático e que já vínhamos usando no dia a dia há um bom tempo. Outra dica que uso na prática é checar na radiografia de tórax ou no próprio cate se há sinais de calcificação aórtica. Se sim, peço TC de tórax sem contraste mesmo que o paciente tenha menos de 70 anos.
Mas em que isso vai mudar minha conduta?
Caso o paciente tenha calcificação em aorta, pode-se adotar uma estratégia que não manipule a aorta (no touch).
Graus extremos de calcificação geram o que chamamos de aorta em porcelana. Colocamos um post sobre isso assim como publicamos o relato em uma revista internacional.