Você pede tc de tórax para pacientes que irão fazer revascularização miocárdica?

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Você pede tc de tórax para pacientes que irão fazer revascularização miocárdica?

Já vimos em post prévio quais os principais fatores de risco para acidente vascular cerebral (AVC) no perioperatório de cirurgia de revascularização miocárdica. Nele citamos que uma preocupação grande é a desgarramento de cálcio da aorta ascendente na hora da manipulação intraoperatória deste vaso. Como fazer para evitar isto? Em grandes centros americanos é feito de forma rotineira a ultrassonografia epiaórtica no intraoperatório. Basicamente pega-se um ultrassom, coloca-se uma proteção plástica para não contaminar o meio cirúrgico e passa-se o transdutor em cima da aorta para procurar locais de calcificação. Aqui no Brasil a disponibilidade deste método não é grande. E aí? O que fazer?

Dica da diretriz europeia de revascularização miocárdica de 2018:

       
  • Em pacientes que irão ser submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica e que possuem mais de 70 anos e/ou possuem sinais de aterosclerose extensa, deve-se considerar a realização de tc de tórax sem contraste para avalia presença de calcificações na aorta ascendente.

Macete bem prático e que já vínhamos usando no dia a dia há um bom tempo. Outra dica que uso na prática é checar na radiografia de tórax ou no próprio cate se há sinais de calcificação aórtica. Se sim, peço TC de tórax sem contraste mesmo que o paciente tenha menos de 70 anos.

Mas em que isso vai mudar minha conduta?

Caso o paciente tenha calcificação em aorta, pode-se adotar uma estratégia que não manipule a aorta (no touch).

Graus extremos de calcificação geram o que chamamos de aorta em porcelana. Colocamos um post sobre isso assim como publicamos o relato em uma revista internacional.