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Você já ouviu falar em triple rule-out?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
9/6/2021
Pacientes que chegam com dor torácica na emergência podem ter uma série de doenças, desde as mais benignas (ex: dor muscular) até as com maior mortalidade (ex: dissecção de aorta ascendente). Por isso, devemos sempre lembrar das 5 causas que podem levar o paciente a óbito (figura abaixo). Na maioria dos pacientes que são avaliados para dor torácica aguda no PS, a avaliação geral com história clínica, ECG e troponina irá apontar para qual o diagnóstico mais provável. Mas, existem casos em que a dúvida persiste mesmo após essa avaliação inicial e o médico pode ficar em dúvida se se trata de uma síndrome coronariana aguda, uma embolia pulmonar ou mesmo uma dissecção de aorta. O que fazer nestes casos? Uma opção nestes casos é o protocolo chamado de triple rule-out. Tratar-se de uma angiotomografia de tórax que avalia simultaneamente estas 3 hipóteses diagnósticas.
Ai você ja pode dizer:
- Resolvido então! todo paciente que chegar pra mim no pronto socorro eu vou manda um triple rule-out, porque não vou deixar passar nenhum caso de dissecção, nenhum caso de embolia, e eu fico muito mais tranquilo.
Está certa essa afirmação? Não, não está. Primeiro, as diretrizes atuais elas colocam o triple rule-out como indicação IIb (conduta de exceção). A qualidade da imagem para cada diagnóstico específico tende a ficar melhor se o protocolo utilizado for o apropriado para a doença em questão. Então, quando vou pedir o triple rule-out? Considerar naqueles casos em que você suspeita que há uma causa grave para a dor torácica mas em que a avaliação usual não apontou mais fortemente para um dos 3 diagnósticos cardiovasculares que geram mais medo (SCA, TEP, dissecção de aorta ascendente). Não se trata, de maneira alguma, de exame para ser realizado de forma rotineira. Para maiores detalhes, veja o vídeo abaixo:https://youtu.be/B7iaI8XHJ1s