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Vale a pena usar FFR no infarto com supra de ST?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
16/5/2021
O uso de FFR já está bem estabelecido em pacientes com coronariopatia crônica que não possuem prova isquêmica prévia e que estão sendo avaliados para possível angioplastia. Mas, será que FFR tem utilidade no infarto com supra de ST e lesões multiarteriais? Será que o uso de FFR nas lesões não culpadas pode ajudar na decisão de que lesões devem ser tratadas e assim trazer benefícios clínicos? Essa questão foi avaliada no trial FLOW Evaluation to Guide Revascularization in Multi-vessel ST-elevation Myocardial Infarction (FLOWER-MI). Detalhes do estudo:
- 1170 pacientes randomizados
- Pacientes estavam em fase aguda de infarto com supra e já haviam sido submetidos à angioplastia da artéria culpada. Foram randomizados pacientes que possuíam outras lesões obstrutivas (≥50%). O grupo do tratamento usual era submetido à angioplastia destas lesões de forma rotineira. Já no grupo submetido a FFR, só as lesões com FFR ≤0,80 eram angioplastadas.
- Pacientes com choque cardiogênico e com indicação de cirurgia de revascularização miocárdica foram excluídos.
- Endpoint primário - incidência de eventos cardiovasculares compostos em 1 ano (morte + IAM + internações não planejadas que levaram à revascularização miocárdica)
Resultados:
- A estratégia de angioplastia guiada por FFR no infarto com supra não foi efetiva em reduzir o desfecho primário (5,5% no grupo FFR x 4,2% no grupo sem FFR - IC variando entre 0.78 e 2.23).
- Além de não ter reduzido eventos, houve aumento de custos devido ao cateter necessário para fazer a FFR. A análise de custo-efetividade favoreceu a estratégia tradicional (não guiada por FFR)
- Para ver mais detalhes do estudo, assista ao nosso resumo em vídeo abaixo: