Compartilhe
Vacina para febre amarela em idosos: o que você precisa saber?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
23/1/2018
Há muitas dúvidas sobre o uso da vacina para febre amarela em idosos. Colocamos aqui o texto enviado pelo Dr Daniel Gomes, preceptor das residências de clínica médica e geriatria do HC-UFPE.
- Idosos podem tomar a vacina contra a Febre Amarela?
A vacina é o método mais eficaz para prevenir a Febre Amarela. Porém, nos idosos, é maior o risco de reações adversas causadas pela vacina. Portanto, recomenda-se maior cautela nesta faixa etária e a decisão sobre vacinar ou não o idoso contra a Febre Amarela deve ser individualizada, levando em consideração os riscos e benefícios da vacina. Dessa forma, os idosos que residem ou precisarão permanecer por tempo prolongado em áreas de maior risco para a doença, que têm bom estado de saúde e que NÃO apresentem contra-indicações à vacina (ver abaixo) podem ser candidatos a tomarem a vacina.
- Quem NÃO PODE tomar a vacina contra Febre Amarela?
Como esta vacina é constituída por vírus vivo (atenuado), naqueles portadores de condições que deprimem a imunidade, há risco substancialmente maior de reações graves à vacina. Portanto, pessoas com as seguintes condições NÃO PODEM tomar esta vacina:
- câncer,
- doenças do timo,
- infecção pelo HIV,
- submetidas a transplante de órgãos
- que tomam medicações imunossupressoras (ex.: quimioterapia ou corticoides em altas doses)
Além disso, pessoas com histórico de reações alérgicas graves (anafilaxia) a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras) também não podem tomar.
- Quais as possíveis reações adversas à vacina?
Podem ocorrer dor, inchaço e vermelhidão no local de aplicação, que geralmente duram um ou dois dias. Manifestações gerais, como febre, moleza e dores de cabeça e muscular também podem surgir. Embora muito raros, podem acontecer eventos graves: reações alérgicas, doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença em órgãos (infecção pelo vírus da vacina causando danos semelhantes aos da doença). Tais eventos, como já citado, ocorrem com frequência maior nos idosos.
- Uma dose da vacina na vida é realmente suficiente?
Sim!!! Desde 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda apenas UMA DOSE da vacina. Portanto, não há mais a indicação de dose de reforço da vacina, salvo raras exceções.
- O que devem fazer os idosos que não podem tomar a vacina?
Aqueles que não podem tomar a vacina devem evitar viagens a locais de maior risco para a doença. Caso a viagem seja inevitável ou o idoso resida em área endêmica, recomenda-se, sempre que possível, o uso de métodos de barreira, como repelentes, roupas longas e telas de proteção contra mosquitos.