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Strain Miocárdico: O que o cardiologista clínico precisa saber ? Parte 2
Escrito por
Giordano Bruno
Publicado em
30/6/2016
No post anterior detalhamos a definição e como é obtido o strain miocárdico, mas quais são as suas reais utilidades ?
Indicações já bem estabelecidas:
- Cardiopatia por toxicidade de antineoplásicos (quimioterápicos)
=> Definindo de maneira precoce e objetiva pacientes com cardiotoxicidade.
=> Permitindo confirmar alterações suspeitadas em exames convencionais, permitindo liberação para uso dos quimioterápicos
- Coração do atleta: diferenciando hipertrofia habitual vista em atletas bem-condicionados de causas patológicas de hipertrofia como: cardiomiopatia hipertrofia (MCPH), cardiopatia hipertensiva ou mesmo padrões desadaptados de coração de atleta.
- Cardiopatia isquêmica: confirmando e quantificando de maneira objetiva déficits da cinética segmentar do ventrículo esquerdo, já identificados ou mesmo não suspeitados nos exames convencionais.
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Exemplos de Strain de Pico Sistólico - com representação em formato Bull's eye[/caption]
No pós-infarto, a utilidade na avaliação da extensão do dano e mesmo na detecção de áreas atordoadas é imensa.
- Cardiomiopatias: Nos portadores de MCP hipertrófica já está bem estabelecido a correlação entre strain alterado e maior percentual de fibrose detectado pela ressonância cardíaca e mesmo pior evolução da doença.
- Pós-transplante cardíaco: Na detecção precoce de rejeição, correlacionando-se com tipos específicos e possibilitando em alguns casos substituir biópsia miocárdica realizada de rotina.
- Eco-estresse e viabilidade miocárdica: na análise mais objetiva e quantitativa da isquemia e viabilidade detectados pelo método. Mesmo no exame em repouso, segmentos aparentemente acinéticos podem exibir valores de strain compatíveis com viabilidade miocárdica.
- Função do ventrículo direito: método mais fidedigno que os utilizados corriqueiramente (TAPSE, Doppler tecidual), com potencial de aplicações imenso nas doenças que acometem essa câmara cardíaca (HAP, TEP, displasia arritmogênica de VD, etc).
- Detecção de disfunção subclínica: permitindo estudar a função subendocárdica, alterada por exemplo na insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal (ICFEN).
Possíveis e futuras indicações
- Estratificação na hipertensão arterial sistêmica, definindo pacientes de risco para desenvolvimento de cardiopatia hipertensiva (lesão de órgão-alvo insipiente)
- Valor adicional da unidade de dor torácica, quando o eco com strain é realizado em paciente ainda com precordialgia, se normal tem bom valor preditivo negativo para dor não-isquêmica
- Detecção de disfunção miocárdica sub-clínica indicativa de cirurgia cardíaca precoce em assintomáticos com valvopatias (EAo importante assintomática p. ex).
- Diagnóstico de miocardite
- Terapia de ressincronização ventricular
- Cardiopatias congênitas
- Função atrial direita e esquerda
No próximo post desta série iremos mostrar alguns exemplos práticos das principais utilidades do Strain.