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Semaglutida oral 25 mg para tratamento da obesidade: novos dados!
Escrito por
Ícaro Sampaio
Publicado em
12/11/2024
Neste mês de novembro, ocorreu a Obesity Week 2024, uma conferência internacional realizada pela The Obesity Society em Sant Antonio, Texas. Durante o evento, foram apresentados dados preliminares do estudo OASIS 4, analisando a eficácia da semaglutida oral 25 mg para o tratamento de sobrepeso e obesidade.
O OASIS 4 foi um estudo multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo com duração de 64 semanas, que incluiu 307 participantes com sobrepeso/obesidade randomizados 2:1 para semaglutida oral 25 mg ou placebo. Destes, 167 no grupo semaglutida 25 mg e 76 no grupo placebo completaram o estudo. A dose de semaglutida foi aumentada para 25 mg ao longo de 12 semanas e mantida por 52 semanas.
Para a alteração do desfecho co-primário no peso corporal na semana 64 (incluindo períodos de manutenção de 52 semanas e acompanhamento de 7 semanas), houve uma queda de 13,6% com semaglutida oral vs apenas 2,2% com placebo (p < 0,0001). Para o outro desfecho co-primário, 79,2% semaglutida vs 31,1% placebo perderam pelo menos 5% do peso corporal, 63,0% vs 14,4% perderam ≥ 10%, 50,0% vs 5,6% perderam ≥ 15% e 29,7% vs 3,3% perderam ≥ 20%. Todas foram diferenças estatisticamente significativas, com p < 0,0001.
A diferença estimada do tratamento em relação ao placebo na alteração do peso corporal de -11,4% no OASIS 4 (p < 0,0001) foi semelhante à de -12,7% (p < 0,0001) observada com a dose oral de 50 mg de semaglutida estudada no OASIS 1 e à diferença de -12,4% (p < 0,0001) com semaglutida subcutânea 2,4 mg no estudo STEP 1.
A circunferência abdominal também foi significativamente reduzida em relação à linha de base com a semaglutida oral, em 12,2 cm vs 2,8 cm (p < 0,0001). Tanto a pressão arterial sistólica quanto a diastólica caíram mais com semaglutida do que com placebo, mas não significativamente. No entanto, o marcador inflamatório proteína C-reativa caiu em relação à linha de base em 46,4% vs apenas 4,2% com placebo, uma diferença significativa (p < 0,0001). A maioria dos eventos adversos foi relacionada ao trato gastrointestinal (74%), com os sintomas mais comuns sendo náuseas (46,6%), vômitos (30,9%) e constipação (20,1%).
Os resultados preliminares do OASIS 4 deixam claro a semaglutida oral pode ser uma boa estratégia no tratamento do sobrepeso e obesidade, principalmente para aqueles pacientes que evitam terapias injetáveis.
Referência:
Garvey WT. Oral-108. Apresentado em: ObesityWeek; Nov. 3-6, 2024; San Antonio.