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Questões em cardiologia - taquicardia por reentrada nodal
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
1/7/2013
Pcte de 26 anos sem comorbidades chega ao serviço de emergência com quadro de palpitação. Nega dor torácica. Exame físico normal (ausculta pulmonar limpa, PA 120x70).O ecg mostra:
Depois do tratamento instituído, o ecg da pcte ficou assim:
[polldaddy poll=7202653]Para ver a resposta - clicar no link abaixo:
Resposta: taquicardia por reentrada nodal. Tratamento indicado – uso de adenosina IV.
Nota-se que o primeiro ecg revela uma taquicardia de QRS estreito, regular. Nestes casos as principais hipóteses a serem consideradas são taquicardia por reentrada nodal, taquicardia por reentrada atrioventricular (TAV), flutter atrial e taquicardia atrial. Caso o pcte apresente sinais de instabilidade hemodinâmica (ex: dor torácica, congestão pulmonar) secundários à arritmia, o indicado é a realização de cardioversão elétrica de imediato. Já em casos como o relatado em que o pcte não apresenta sinais de instabilidade pode-se iniciar o manejo da arritmia com a realização de manobra vagal (ex: compressão de seio carotídeo). Caso a manobra vagal não funcione passa-se para o segundo passo – a administração de adenosina IV. A medicação tem que ser administrada rapidamente devido ao seu curto tempo de meia-vida. Caso a arritmia seja secundária a uma taquicardia por reentrada nodal, em grande parte dos casos a adenosina reverte a arritmia. Já se for um flutter, por exemplo, a arritmia não reverte mas como ocorre breve bloqueio do nó AV consegue-se notar com mais clareza as ondas F do flutter. No futuro colocaremos um exemplo disto aqui no blog.
Dica – comparando-se o ecg pós reversão com o ecg da arritmia nota-se que neste há presença de ondas S nas derivações inferiores e de onda R’ em V1. Tais achados somem ou são atenuados no ecg basal. Tal fato sugere bastante que arritmia seja uma taquicardia por reentrada nodal.