Quando Indicar CDI na Prevenção Primária? Uma Abordagem Prática.

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Quando Indicar CDI na Prevenção Primária? Uma Abordagem Prática.

Não há consenso em relação à indicação do cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenção primária entre as diversas diretrizes (brasileiras, americana e europeia). Na figura a seguir, segue a visão do cardiopapers sobre o tema:

Veja alguns exemplos abaixo:Caso Clínico 1:

Homem de 49 anos ficou internado por 5 dias devido a IAMCST, sendo submetido à angioplastia primária com colocação de stent farmacológico no terço proximal da DA. Após 3 meses do evento, retornou com seu cardiologista levando um ecocardiograma que mostrava FE 30%. Apresentava-se em CF I (NYHA) e vinha em uso regular de carvedilol 25 mg 12/12h, enalapril 20 mg 12/12h e espironolactona 25 mg.

Comentário: há indicação de implante de CDI para prevenção primária. Este é o paciente que apresenta o maior benefício no implante do dispositivo (prevenção primária).

Caso Clínico 2:

Homem de 58 anos, com antecedente de miocardiopatia chagásica, procurou cardiologista para seguimento clínico. Após otimização farmacológica com carvedilol, losartana, espironolactona e furosemida, solicitou retorno em 3 meses com ecocardiograma, que mostrava FE 35%. Apresentava-se em CF II (NYHA).

Comentário: há indicação de CDI para prevenção primária, embora os estudos mostrem que a proteção para pacientes com miocardiopatia não isquêmica seja inferior aos com miocardiopatia isquêmica.

Caso Clínico 3:

Mulher de 68 anos, com antecedentes de DM e tabagismo, encontra-se internada há 5 dias devido a IAMSST. Cateterismo cardíaco mostrou coronariopatia triarterial e o ecocardiograma evidenciou FE 30%. No momento recebe carvedilol 3,125 mg 12/12h, enalapril 5 mg 12/12h e espironolactona 25mg. Em reunião com a equipe da cardiologia foi optado por revascularização miocárdica cirúrgica.

Comentário: não há indicação de CDI, pois há isquemia passível de tratamento, o paciente encontra-se a menos de 40 dias do IAM e a medicação ainda não está otimizada.

Bibliografia:1. Relampa 2015;28(2 Supl):S1-S252. Arq Bras Cardiol 2007; 89(6): e210-e2373. Circulation. 2018;138:e272–e3914. European Heart Journal (2015) 36, 2793–2867