Quando e como usar betabloqueador no paciente com síndrome coronária aguda sem supra ST?

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Quando e como usar betabloqueador no paciente com síndrome coronária aguda sem supra ST?

O betabloqueador é uma medicação classicamente usada no paciente com síndrome coronariana aguda (SCA). Tanto é que ele entra lá naquele mnemônico MONAB (morfina, oxigênio, nitrato, aas e bbloq). Mas, quando e como devemos usar essa medicação na SCA sem supra de acordo com a nova diretriz da SBC publicada em 2021?

Primeiro ponto: há apresentações via oral e endovenosa de bbloq. O betabloqueador venoso deve ser usado como exceção no paciente com síndrome coronariana aguda. Por quê? O estudo COMMIT mostrou que o uso rotineiro de bbloq venoso na fase aguda do infarto levou ao aumento dos casos de choque cardiogênico. Apesar da maioria dos pacientes incluídos terem IAM com supra de ST, as recomendações de se evitar bbloq venoso na fase aguda de infarto foram extrapoladas para os pacientes com SCA sem supra.

Quer dizer então que nunca vou usar bbloq venoso no pcte com SCA? Calma lá. Nem 8, nem 80. Pode sim considerar o uso da medicação venosa em algumas situações como no paciente que persiste com angina apesar do uso de nitrato venoso. Outra situação em que se pode considerar a administração intravenosa é em pacientes com taquiarritmias supraventriculares.

Já em relação ao betabloqueador via oral, o cenário muda. A diretriz coloca que se deve considerar sim o uso de forma rotineira principalmente em pacientes de risco mais alto, podendo-se iniciar a medicação ainda nas primeiras 24h de internação. Atentar sempre para as contraindicações clássicas para este grupo de medicações (ex: doença pulmonar com histórico de broncoespasmo recente, insuficiência cardíaca descompensada, vasculopatia periférica grave). Também deve-se evitar o uso precoce em pacientes com características que aumentam o risco de evolução para choque cardiogênico (idade >70 anos, PAS < 120 mmHg, FC > 110 bpm, killip >1).

Resumindo:

  • Betabloqueador venoso é medicação de exceção no tratamento de síndrome coronariana aguda.
  • Betabloqueador via oral deve ser considerado de forma rotineira e precoce em pacientes com SCA, descartando as situações em que há contraindicações formais a esta classe de medicações.

https://youtu.be/_3CJPzEZueU