Qual o papel da troponina ultrassensível no manejo de pacientes com síndrome coronarina aguda?

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As informações a seguir foram retiradas do novo guideline europeu de manejo de síndrome coronariana aguda (SCA) sem supra de ST.

- troponina deve ser dosada em todos os pacientes com hipótese de SCA. Preferir nestes casos o uso de troponina ultranssensível (tropo-us) no lugar de troponina tradicional.

- como a tropo-us detecta níveis menores de troponina circulante, o seu uso tem causado um aumento de cerca de 20% dos casos de IAM sem supra de ST entre os pacientes com hipótese de SCA. Tal aumento é compensado por uma diminuição similar de casos de angina instável, ou seja, um caso que com a dosagem de troponina convencional ficaria com troponina negativa e assim seria classificado como angina instável passa a ter valores alterados quando se mede a tropo-us dando-se o diagnóstico de IAM sem supra de ST.

- a tropo-us já costuma positivar após 1h do início dos sintomas de SCA

- valores aumentados em até 3x o limite superior da normalidade de tropo-us podem ser secundários a várias causas, inclusive não cardiológicas (ex: doença renal crônica, sepse, taquicardia, embolia pulmonar, etc). Já aumentos acima de 5x o limite superior da normalidade já apresentam alto valor preditivo positivo para IAM

- Paciente com insuficiência cardíaca crônica pode apresentar níveis aumentados de tropo-us. Caso um pcte destes chegue ao pronto-socorro com níveis aumentados de tropo-us, como faço para diferenciar uma alteração crônica de um infarto novo que esteja descompensado o quadro? A grande dica aí será avaliar o comportamento da tropo-us em mais de uma medida. Caso seja uma alteração crônica, a tendência é que a mesma fique basicamente estável entre diferentes medidas. Já se alteração aguda como IAM, por exemplo, uma medida deve ser bem diferente da outra.

No post seguinte veremos como se interpreta os valores de tropo-us na suspeita de SCA.