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Qual dose de aspirina usar em pacientes com coronariopatia?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
2/5/2016
O papel da aspirina em diminuir eventos cardiovasculares, incluindo morte, em pacientes com doença cardiovascular manifesta está bem determinado. Para revisar dados da literatura sobre o assunto vale a pena ler esta metanálise com mais de 130.000 pctes publicada no BMJ onde fica bastante nítido os efeitos benéficos da medicação em vários tipos de doenças cardiovasculares diferentes (IAM, passado de infarto, AVC, etc).
OK. Mas qual a dose de manutenção ideal da medicação e por qual motivo? Antes de mais nada precisamos definir qual a intensidade da dose da aspirina. Boa parte das fontes divide as doses de aspirina em:
- muito baixa - < 75 mg
- baixa - entre 75 mg e 150 mg
- moderada - entre 160 mg e 325 mg
- alta - >325 mg
Boa parte dos trabalhos mostra que as doses baixa, moderada e alta têm potencial similar em reduzir o risco de eventos cardiovasculares. Contudo, quanto mais se aumenta a dose, maior o risco de sangramento. Já a dose muito baixa (<75 mg) foi bem menos estudada na literatura que as demais. A mesma metanálise citada no começo do post mostrou que a redução de risco relativo com esta dose foi bem menor do que a encontrada com doses baixas, por exemplo (13% x 32%, respectivamente).
No caso específico de pacientes com passado de IAM e em uso de ticagrelor, foi mostrado que doses de aspirina acima de 100 mg diminuem a eficácia da medicação.
Resumo:
- Aspirina diminui mortalidade em pacientes com coronariopatia.
- Recomenda-se o uso de baixas doses (75 mg a 150 mg) neste grupo de pacientes.
- Se pcte usuário de ticagrelor, não usar mais do que 100 mg/dia de AAS.