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Qual a melhor estratégia para investigar doença coronariana?
Escrito por
Fernando Figuinha
Publicado em
25/5/2015
Muitos pacientes procuram o consultório do cardiologista com sintomas sugestivos de doença coronariana (DAC).
Atualmente dispomos de várias opções de exames para realizar essa investigação.
Algumas opções visam avaliar a anatomia (como a angiotomografia de coronárias e a cineangiocoronariografia). Outras são testes funcionais, que tem como objetivo avaliar alterações que sugiram a presença de isquemia miocárdica (teste ergométrico, ecocardiograma com estresse, cintilografia miocárdica com estresse – físico ou farmacológico).
Para tentar determinar qual é a melhor opção, foi realizado o estudo PROMISSE.
Foram 10.003 pacientes com sintomas sugestivos de DAC. Comparou teste anatômico (angioTC) vs teste funcional (teste ergométrico, cintilografia com ecocardiograma com estresse).
O desfecho primário foi um composto de morte, IAM, hospitalização por angina instável ou complicação do procedimento – não houve diferença entre os grupos (3,3% angioTC vs 3,0% teste funcional - p não significativo).
O desfecho secundário foi cateterismo sem obstruções e exposição à radiação média. No grupo angioTC coronárias houve menos cateterismo sem obstruções (3,4% vs 4,3% - p 0,02), mas uma exposição média maior à radiação (12mSv vs 10,1mSv – p < 0,001). Lembrando que no grupo funcional, 32,6% pacientes não foram expostos à radiação devido ao exame realizado. (67,3% foram para cintilografia, 22,5% para ecocardiograma com estresse e 10,2% para teste ergométrico - características certamente diferentes da nossa realidade brasileira).
Conclui, assim, que o uso de angioTC coronárias no lugar dos testes funcionais não melhorou desfechos clínicos num seguimento médio de 2 anos.
Referência: Douglas PS, Hoffman U, Patel MR et al. Outcomes of anatomical versus functional testing for coronary artery disease. NEJM 2015.