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Quais medicações para diabetes apresentam potencial de reduzir risco cardiovascular?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
25/5/2017
A maioria das medicações antigas disponíveis para o controle do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) não apresentam redução do risco cardiovascular. Uma possível exceção é a metformina a qual mostrou algum benefício em subanálise do estudo UKPDS. Recentemente, 3 trials mostraram benefícios de diferentes fármacos em relação à redução do risco cardiovascular. Foram eles:
- EMPA-REG OUTCOMES - já falamos longamente sobre ele aqui. Também já falamos sobre os mecanismos benéficos da empaglifozina aqui.
- LEADER - avaliou o uso de liraglutide
- SUSTAIN-6 - avaliou o uso de semaglutide
Alguns dados relevantes sobre estas 2 últimas drogas:LIRAGLUTIDE
- Qual o mecanismo de ação? Agonista do receptor do glucagon-like peptide ou GLP1.
- Como é administrado? Injeção subcutânea 1x ao dia.
- Dica - vantagem relevante da empaglifozina em relação aos 2 agonistas do GLP1 citados - aquela é oral e estes são injetáveis.
- Liraglutide, assim como a empaglifozina, leva à perda de peso e à redução da pressão arterial.
- No LEADER, o liraglutide mostrou diminuição de mortalidade cardiovascular (em 22%) e de mortalidade geral.
- Para uma interessante visão crítica a este estudo, recomendo ler este post.
SEMAGLUTIDE
- Qual o mecanismo de ação? Agonistas do receptor do GLP1.
- Como é administrado? Injeção subcutânea 1x por semana.
- No SUSTAIN não houve diminuição de mortalidade cardiovascular. Estranho, não? A principal hipótese que justificaria esta discordância entre o LEADER e o SUSTAIN seria o fato da quantidade pacientes deste último trial ter sido bem menor, o que aumentaria o risco de resultado falso-negativo.