Parte 2: FFR em Multiarteriais

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Parte 2: FFR em Multiarteriais

Em pacientes uniarteriais, a realização de testes não invasivos permite determinar o significado funcional da estenose coronária e correlacionar com a angiografia de forma simples e acurada. Por outro lado, em pacientes multiarteriais, é mais difícil estabelecer qual das diversas estenoses tem repercussão funcional significativa e, consequentemente, quais deveriam ser tratadas com angioplastia ou quais poderiam ser mantidas em tratamento clínico com excelente prognóstico em 1 ano. Outrossim, nesses pacientes, testes não invasivos frequentemente falham em estabelecer qual o território isquêmico ou qual a lesão responsável pela isquemia, podendo inclusive vir com resultado normal devido a chamada “isquemia balanceada”. Nesse contexto, a FFR é um método acurado, permitindo uma boa correlação lesão-isquemia.

Abaixo expomos um caso bem ilustrativo (extraído de um artigo de revisão sobre FFR): Um paciente de 60 anos, angina CCS III, com cintilografia de perfusão miocárdica com estresse farmacológico mostrando hipocaptação transitória de parede ínfero-lateral. À angiografia, observado lesões importantes em coronária direita(CD) e circunflexa(CX); porém, fica a dúvida da lesão em descendente anterior(DA) aparentemente moderada. Após realização de FFR, constatada que a lesão em DA é funcionalmente significativa, sendo optado pelo tratamento cirúrgico (MaE-DA, PVS-CD, PVS-CX). A intensidade da hipocaptação em território de CX e CD atenuaram o déficit perfusional em território de DA. Em caso de lesão em DA sem isquemia, poderia ser tentado o tratamento percutâneo das lesões em CD e CX, e manter tratamento clínico da lesão em DA com segurança.

O que é FFR ( Parte 1) ? Clique Aqui!

Autor: Dr Cristiano Guedes Bezerra

  • Clínica Médica pela UNIFESP / EPM
  • Cardiologista pelo InCor- FMUSP
  • Especializando do Departamento de Hemodinâmica pelo InCor – FMUSP
  • Médico Plantonista da Unidade de Emergências Clínicas do InCor- FMUSP