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Paciente com Escore de Cálcio elevado, deve usar AAS?
Escrito por
Elaine Coutinho
Publicado em
8/12/2023
Vimos no post passado as principais indicações a respeito de em quem está indicado o escore de cálcio coronariano (CAC) e quando tratar com estatinas, de acordo com a pontuação. A principal indicação do exame é em pacientes entre 40 e 75 anos de idade, LDL entre 70 e 189 mg/dl e risco intermediário de doença cardiovascular aterosclerótica (DACV) em 10 anos. Caso ainda permaneça dúvida sobre a introdução da terapia hipolipemiante, o escore de cálcio é indicado.
No individuo não diabético, CAC > 100 gradua o paciente em um maior risco cardiovascular e favorece o tratamento com estatinas.
Agora, devo também introduzir AAS, já que é um indivíduo com calcificação coronariana significativa? Esta discussão foi abordada no Major Global Coronary Artery Calcium Guidelines, publicada no JACC recentemente.
Segundo as recomendações do AHA/ACC: aspirina em dose baixa (75-100mg/dia via oral) pode ser considerada para a prevenção primária de DCVA entre adultos de 40 a 70 anos de idade com risco cardiovascular e sem risco de sangramento (Recomendação IIb). Entretanto, em idosos>70 anos ou se risco aumentado de sangramento em qualquer idade, não deve ser realizado.
A recomendação da National Lipid Association e da Society of Cardiovascular Computed Tomography convergem para a recomendação de:
- Se escore de cálcio entre 100-299: introduzir estatina de potência moderada e AAS 81 mg
- Se escore de cálcio > 300, introduzir estatina de potência moderada e AAS 81 mg
- Diabéticos: se escore de cálcio > 100, introduzir estatina de potência moderada e AAS 81 mg
UK guidelines não recomenda a utilização de AAS em prevenção primária enquanto o NICE não aborda este tema.
Assim, a utilização de aspirina em prevenção secundária é bem estabelecida e indicada em todas as sociedades. Entretanto, em contexto primário de acordo com o CAC ainda é um tema controverso.
Referência:
Major Global Coronary Artery Calcium Guidelines. J Am Coll Cardiol Img 2023;16:98–117