O que Fazer com Pacientes Multiarteriais com IAM com supradesnivelamento de ST? – Tratamento Completo x Lesão Culpada

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Editorial recente publicado no European Heart Journal resumiu de forma mais clara e sistemática o que existe de evidência na literatura sobre o assunto.

Dois estudos recentes (Culprit e PRAMI trials) mostraram que o tratamento de todas as lesões coronarianas graves na mesma abordagem em pacientes hemodinamicamente estáveis com IAM com supradesnível de ST é superior à abordagem somente da artéria culpada, mostrando menores índices de reinfarto no seguimento e até mesmo de mortalidade em um desses trabalhos. Na mesma linha, metanálise recente apresentou dados seguindo o mesmo raciocínio e mostrando melhora nos desfechos com a abordagem completa.

Isso fez com que a diretriz americana de cardiologia mudasse sua recomendação de classe III para IIb no que se refere à possibilidade de tratamento de lesões não culpadas nesse grupo de pacientes.

No entanto, outro estudo recente não incluído na metanálise (PRAGUE-13) não mostrou benefício adicional no tratamento de artérias não culpadas, deixando mais uma vez em dúvida a conduta ideal a ser adotada.

No momento, o tratamento deve ser individualizado, pesando risco-benefício em termos de estabilidade clínica, complexidade e gravidade das lesões e disfunção ventricular. Além disso, o momento para abordagem também é questionado, sendo duvidoso se deve-se tratar em um mesmo procedimento ou de maneira estagiada.

Resumindo o que a literatura tem apresentado, os autores colocam um algoritmo de interpretação que segue abaixo (figura 1), mas que em breve deverá ser melhor esclarecido em outros trabalhos já em andamento.

 

Figura 1

Figura 1. Algoritmo de conduta em pacientes com IAM com supra e múltiplas lesões coronarianas.

 

Referência: Binder RK, et al. European Heart Journal (2016) 37, 217–220.