Novo guideline europeu de Síndrome Coronariana Sem Supra de ST - parte 1

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Novo guideline europeu de Síndrome Coronariana Sem Supra de ST - parte 1

Primeira parte sobre o Novo guideline europeu de Síndrome Coronariana Sem Supra de ST:

Como o tema é muito importante e os guidelines europeus são sempre muito bem escritos, vou fazer um resumo mais extenso, dividido em várias partes. Pontos importantes:

- Na fase intra-hospitalar, a síndrome coronariana com supra de ST (SCACST) tem mortalidade superior à SCA sem supra de ST (SCASST) – 7% x 3 a 5%. Contudo, após 6 meses a curva de mortalidade fica praticamente igual (aproximadamente 12 a 13% para os 2 grupos). A longo prazo (4 anos, por exemplo) a mortalidade das síndromes sem supra chegam a ser o dobro das com supra. Por quê? Provavelmente devido ao perfil dos pctes. O pcte com supra tende a ser mais jovem, com menos comorbidades e menos vasos acometidos. Já os pctes sem supra muitas vezes são idosos, com várias comorbidades (DM, IRC, etc). Este conceito é muitas vezes cobrado em provas...

  • Sintomas atípicos de SCA costumam ocorrer nos seguintes grupos: idosos com > 75 anos, diabéticos, renais crônicos, mulheres e pctes com demência.
  • Isquemia em território de Cx muitas vezes passa batido pelo ECG convencional. Lembrar de nestes casos fazer V7, V8 e V9 para não deixar passar. Mesma coisa para isquemia pegando somente VD (bem raro) – lembrar de V3R e V4R.
  • A dosagem ultrasensível de troponina foi incluída nos novos guidelines. Esta dosagem capta níveis bastante discretos de troponina no sangue e tem forte poder de descartar IAM caso seja negativa e a dor do pcte já tenha pelo menos 3 horas de duração.
  • O ecocardiograma deve ser realizado em todos os pctes com suspeita de SCA. Ajuda a fazer diagnóstico diferencial com outras patologias (EAo, TEP, etc), diz a função do VE, é não invasivo, rápido.
  • Ao fazer cate em pctes com SCA, é sempre interessante avaliar o aspecto das lesões após a administração de nitrato. Muitas vezes há um importante componente de espasmo coronariano associado às lesões instáveis. O guideline não especifica se o nitrato deve ser usado de forma sistêmica (IV) ou se intracoronário. No Incor via o pessoal usando abstante nitrato intracoronário nesta circunstância.

Essa dica também é muito boa. Paciente que chega à emergência com ecg não diagnóstico que tem dor muito importante que não melhora rapidamente com as medidas farmacológicas - sempre pensar em oclusão de Cx. O ecg só não mostra supra por limitação do método. Mesma coisa se pegar pcte com SCA e sem supra mas que vem com troponina muito elevado (ex: o limite superior é de 1 e vem com tropo de 70 ou 80). IAM sem supra não costuma aumentar tanto marcador. Pensar em oclusão de Cx.