Novidades em relação ao Apple Watch e arritmias? Veja o que a ANS disse...

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Novidades em relação ao Apple Watch e arritmias? Veja o que a ANS disse...

A ANS liberou recentemente a função de eletrocardiograma do relógio Apple Watch (Resolução RE-1.635). O recurso já está disponível em outros países desde 2018 com o lançamento do Apple Watch Series 4, mas só agora foi aprovado para uso no Brasil. Apesar da liberação, a Apple ainda não anunciou quando o recurso estará disponível para os usuários brasileiros. O app realiza através de fotopletismografia um ecg de uma única derivação que fornece basicamente três informações: a frequência cardíaca, se o ritmo é sinusal ou fibrilação atrial (FA). Para detecção de FA, o algoritmo tem sensibilidade de 98% e especificidade de 90,2%. Além disso, é possível ajustar notificações de alterações do ritmo ou fc.

Mas, na prática, de que modo essa ferramenta pode ser útil? Será que pode substituir o ECG convencional ou holter de 24h?

O algoritmo não é capaz de detectar sinais de isquemia, arritmias ventriculares ou outras arritmias supraventriculares. Resumindo, apesar de promissora, essa tecnologia está longe de substituir o ECG e o holter convencionais. Além disso, ainda precisamos de estudos comprovando o impacto do uso de wearables em desfechos clínicos relevantes, como redução de eventos cardioembólicos, por exemplo. Para responder essa questão, está em andamento o estudo HEARTLINE, que tem como objetivo principal avaliar o impacto do uso do Apple Watch para detecção de FA e redução de AVC em pacientes com mais de 65 anos. De qualquer maneira, tudo indica que os wearables vieram pra ficar e farão parte cada vez mais do arsenal diagnóstico da cardiologia. A conferir!

Mostafa A Al-Alusi 1, Eric Ding 2, David D McManus 3, Steven A Lubitz. Wearing Your Heart on Your Sleeve: the Future of Cardiac Rhythm Monitoring. Current Cardiology Reports (2019) 21:158.

Geoffrey H Tison et al. Passive Detection of Atrial Fibrillation Using a Commercially Available Smartwatch. JAMA Cardiol. 2018 May 1;3(5):409-416.