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Nova diretriz de aneurisma de aorta abdominal: o que mudou?
Escrito por
Eduardo Sansolo
Publicado em
16/1/2018
A Sociedade de Cirurgia Vascular (SVS) publicou a primeira atualização em 9 anos das diretrizes para o manejo de pacientes com aneurisma da aorta abdominal (AAA). As orientações abordam a correção endovascular do aneurisma (EVAR) e o reparo cirúrgico aberto. As diretrizes estão disponíveis on-line em vsweb.org/AAAGuidelines. Além disso, o documento foi publicado na íntegra na edição de janeiro do Journal of Vascular Surgery.
O documento faz 111 recomendações. Pela primeira vez, foi recomendado que os procedimentos fossem limitados a centros que atendessem a um limite mínimo de volume de casos e metas de resultado por cada hospital. Esta recomendação foi discutida extensamente e agora representa um equilíbrio entre as evidências disponíveis e os diferentes padrões e ambientes de prática no qual os membros da SVS atuam.
Sobre estas recomendações:
- Acompanhamento a cada 3 anos com ultrassom de abdome para pacientes com aneurismas de 3-3,9cm.
- Tomografia de abdome com contraste para pacientes com aneurismas de 4-4,9cm.
- Tomografia de abdome com contraste para pacientes com aneurimsas de 5-5,4cm.
- Indicação de correção para homens com aneurismas fusiformes >5,4 cm e mulheres >5 cm ou que evoluam com crescimento > 5mm em 6 meses.
- Correção de todos aneurismas com morfologia sacular, devido à imprevisibilidade de ruptura.
- EVAR eletiva deve ser realizada em hospitais com taxa de mortalidade ≤ 2% e que realizem pelo menos 10 casos de EVAR por ano. A correção aberta deve ser realizado em hospitais com taxa de mortalidade <5% e que realizem pelo menos 10 cirurgias por ano.
- EVAR é preferível em vez da cirurgia convencional aberta para o tratamento de aneurismas rotos, caso seja anatomicamente viável.
- Período <90 minutos da chegada ao hospital até a realização da intervenção em casos de reparos de emergência.
- Exame de ultra-sonografia do AAA em homens e mulheres com idades entre 65 e 75 anos com histórico de tabagismo.
- Recomendações para o tratamento de endoleaks tipos I e III, assim como os tipo II que cursem com expansão do saco aneurismático.
- Uso apropriado de profilaxia antibiótica em pacientes com prótese aórtica submetidos a procedimentos dentários. Já para procedimentos nos tratos respiratório, gastrointestinal ou genitourinário, não há esta necessidade, a menos que o paciente esteja imunodeprimido.
Referências:
SVS - https://vascular.org/
Journal of Vascular Surgery - http://www.jvascsurg.org/