Meu Paciente Apresentou uma Taquicardia Ventricular Sustentada. E Agora!!! Indico CDI ou Ablação por Cateter?

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Meu Paciente Apresentou uma Taquicardia Ventricular Sustentada.  E Agora!!! Indico CDI ou Ablação por Cateter?

Na prática clínica, frente a um paciente com taquicardia ventricular sustentada (TVS), é comum haver dúvida se indicamos um cardiodesfibrilador implantável (CDI), uma ablação por cateter, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Quando se opta por CDI e ablação por cateter ao mesmo tempo, qual deles se indica primeiro? O CDI ou a ablação por cateter? O post a seguir vai te ajudar a organizar esse fluxograma.

Quando o paciente apresenta uma TVS idiopática, ou seja, uma taquicardia ventricular em coração estruturalmente normal (ex. taquicardia ventricular fascicular ou taquicardia ventricular de via de saída do ventrículo direito), a ablação por cateter é a melhor opção pelas altas taxas de cura, sem os potenciais efeitos colaterais dos antiarrítmicos. Enquanto se aguarda o procedimento invasivo ou no seu insucesso, as drogas antiarrítmicas podem ser utilizadas.

Quando um paciente portador de cardiopatia estrutural apresenta uma TVS, o raciocínio é um pouco diferente. O primeiro passo é avaliar se há ou não indicação de CDI para prevenção primária ou secundária. Veja meus posts prévios sobre os temas (https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/quando-indicar-cdi-na-prevencao-primaria-uma-abordagem-pratica e https://d3gjbiomfzjjxw.cloudfront.net/cdi-para-prevencao-secundaria-quando-indicar/). Se houver indicação de CDI, este deve ser implantado e a ablação por cateter pode ser tentada antes do implante ou após o implante, neste último caso, principalmente se houver terapias apropriadas do dispositivo eletrônico.

DICA IMPORTANTE:

  • Uma ablação por cateter bem-sucedida não modifica a indicação do CDI em pacientes com cardiopatia estrutural.

Não havendo indicação de CDI, o paciente deve ser avaliado para fármacos antiarrítmicos e/ou ablação por cateter. A melhor droga antiarrítmica vai depender de cada cardiopatia.

Veja o fluxograma abaixo, que resume os principais pontos do post:

Bibliografia:

  1. Relampa 2015;28(2 Supl):S1-S25.
  2. Arq Bras Cardiol 2007; 89(6): e210-e237.
  3. Circulation. 2018;138:e272–e391.
  4. European Heart Journal (2015) 36, 2793–2867.