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Hemocromatose cardíaca: como detectar na prática?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
12/12/2018
Hemocromatose é uma doença causada pelo excesso de ferro no corpo. O acometimento cardíaco é um dos achados da doença, sendo responsável por 1/3 dos óbitos. Algumas dicas:
- A forma hereditária é mais comum que a forma adquirida (ex: devido a múltiplas hemotransfusões)
- A herança é recessiva. Normalmente para ter a forma hereditária o paciente tem que ter a mutação do gene HFE C282Y dobrado ou então esta mutação associada a C63D.
- A disfunção diastólica é mais comum que a sistólica.
Mas, vamos à pergunta do título: qual o melhor exame de imagem não invasivo para detectar acometimento cardíaco pela hemocromatose?
Resposta: Ressonância magnética cardíaca com a técnica de T2 estrela.
Segue trecho do nosso livro Cardiologia Cardiopapers:
Ecocardiograma: é inespecífico. Apresenta disfunção diastólica restritiva e em fases mais avançadas, disfunção sistólica.
• Ressonância cardíaca com destaque para a aquisição T2*: possui boa acurácia para o diagnóstico da deposição de ferro nos diversos órgãos, especialmente no miocárdio. Quanto maior a sobrecarga de ferro, mais escuro aparece o miocárdio.
Imagem do exame T2 estrela
Resumindo, essa figura do nosso livro mostra como esta técnica consegue aferir a quantidade de ferro presente no miocárdio.
Dica:
- Para esse tipo de ressonância, NÃO é necessário uso de contraste. Assim, mesmo que o paciente tenha disfunção renal grave, pode pedir sem medo a RMC.
Outra imagem do nosso livro: