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Estudo publicado no JACC esta semana relata a experiência de um grupo francês em relação à ablação para tratamento de FA. Foram avaliados 100 pctes que foram submetidos ao procedimento entre 2001 e 2002 no Hôpital Cardiologique du Haut-Lévêque. Após 1 procedimento de ablação apenas 29% dos pctes ficaram completamente livres da arritmia após 5 anos de acompanhamento. A maioria dos pctes teve que ser submetido a mais de um procedimento ao longo do acompanhamento do estudo devido à recorrência da arritmia. Importante notar que a maioria dos pctes submetidos a ablação eram jovens, saudáveis e não obesos. Desta forma, existe a possiblidade de os resultados serem ainda piores no mundo real (pctes mais idosos, corações estruturalmente mais alterados, etc).
O estudo nos leva a pensar no papel da ablação no manejo desta arritmia tão frequente. O uptodate do guideline americano de FA lançado recentemente coloca como classe I a realização do procedimento nos pctes com sintomas significantes , FA paroxistica refratários a tratamento medicamentoso e que têm atrio normal ou dilatado discretamente e sem doença pulmonar importante, desde que realizado em centro com experiência.
Outro fato importante de ser levantado é em relação ao uso de anticoagulantes após a ablação da FA. Alguns centros advogam usar o marevan durante 6 meses após o procedimento e, caso o pcte permaneça em ritmo sinusal neste período, retirar o anticoagulante. Já outros locais optam por manter o anticoagulante indefinidamente caso o pcte tenha CHADS maior ou igual ou 2 (e em certos casos de CHADS 1). Considerando que em 5 anos 71% dos pctes apresentam recorrência da arritmia em algum momento, a segunda estratégia parece ser mais prudente.
Referência: Weerasooriya R, Khairy P, Litalien J, et al. Catheter ablation for atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol 2011; 57:160-166.