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Estenose mitral sintomática durante a gestação: o que fazer?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
27/7/2016
- Valvopatia reumática é a cardiopatia mais comum durante a gestação no Brasil.
- Estenose mitral é a valvopatia mais comum em gestantes em nosso país.
- O que fazer então com gestante que se apresenta com estenose mitral sintomática durante a gestação? A primeira medida é tentar otimizar a paciente clinicamente. Furosemida e certos tipos de betabloquadores (ex: metoprolol, propranolol e atenolol) podem ser usados com certa segurança na gestação e são a base do tratamento medicamentoso desta valvopatia. Segundo a diretriz de Cardiopatia na Gestante da SBC, o metoprolol seria o bbloq de escolha por trazer menor risco de crescimento intrauterino restrito.
- OK. Mas e se você tiver betabloqueado adequadamente a paciente além de ter titulado a dose do diurético da melhor maneira e mesmo assim a paciente persistir sintomática? A melhor forma de tratamento invasivo para a estenose mitral na gestante é a valvoplastia percutânea por balão. Deve-se evitar ao máximo usar o método no primeiro trimestre de gestação devido ao risco de mal-formação no feto exposto à radiação do procedimento. Pode-se utilizar avental de chumbo cobrindo a região abdominal e élvica da gestante para reduzir ao máximo a dose de radiação a que o feto é exposto.
- Mas e se a anatomia não for favorável ao procedimento percutâneo (ex: escore de Wilkins elevado)? A solução então seria a cirurgia. O problema é que o procedimento leva a um risco de óbito fetal de até 30%.
Referência: Tedoldi CL, Freire CMV, Bub TF et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez na Mulher Portadora de Cardiopatia. Arq Bras Cardiol.2009;93(6 supl.1):e110-e178