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Resultados preliminares do estudo ARISTOTLE já foram apresentados no cardiopapers.
Essa semana, o resultado final desse estudo foi apresentado do congresso europeu de cardiologia e publicado no NEJM.Foram comparados 18201 pacientes com fibrilação atrial e pelo menos 1 fator de risco para AVC, para o uso de varfarina, com objetivo de INR entre 2,0 e 3,0 e apixaban, 5mg 2x por dia.O desfecho primário (AVC isquêmico ou hemorrágico, ou embolia sistêmica) ocorreu em 1,6% dos pacientes com varfarina, contra 1,27% dos pacientes com apixaban - HR 0,79, com p significativo para não inferioridade e para superioridade. Pacientes que usaram apixaban apresentaram uma redução de risco de sangramentos maiores de 31% comparado com aqueles que utilizaram varfarina, além de uma redução de risco de 11% para mortalidade por qualquer causa (com p 0,047).Quando avaliado AVC, o grupo que usou apixaban apresentou uma redução de risco de 49% em AVCh, mas sem redução de risco em AVCi.Comparado com seus "rivais" dabigatran (estudo RE-LY) e rivaroxaban (estudo ROCKET-AF), o apixaban foi o único que reduziu desfecho em AVC, sangramento e mortalidade. Apesar disso, o dabigatran reduziu a incidência de AVCi, e o apixaban não mostrou esse benefício nesse estudo.O dabigatran é o único dos novos anticoagulantes que está liberado para uso em pacientes com FA para prevenção de eventos isquêmicos. Apesar desses resultados animadores com o uso de novos anticoagulantes orais, a varfarina se manterá soberana na prevenção de AVC em pacientes com FA por um bom tempo...mesmo após aprovação dessas medicações, o preço será um fator limitante importante para o uso dessas drogas em larga escala. O Pradaxa (dabigatran), por exemplo, custa cerca de 200 reais por mês aqui no Brasil.