Empagliflozina amplia espectro de indicação na Insuficiência Cardíaca

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A empagliflozina recebeu aprovação do FDA para uso na insuficiência cardíaca (IC), independente da fração de ejeção, tornando-se o primeiro agente farmacológico com tal indicação.

A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER - ≤40%) já tem seu tratamento bem estabelecido, com evidências de redução de desfechos cardiovasculares (inclusive de mortalidade) com o uso de iECA/BRA, beta-bloqueadores (carvedilol, metoprolol e bisoprolol) e espironolactona. A esse trio se juntaram a combinação Sacubitril/Valsartana e os iSGLT2 (dapagliflozina e empagliflozina). Os últimos guidelines já indicam terapia quádrupla inicial. Casos com FE moderadamente reduzida (41 a 49%) seguem a mesma recomendação com menor grau de evidência.

Nos indivíduos com FE preservada (ICFEP) ainda não havia recomendação de nenhum agente específico. O sacubitril/valsartana, testado no estudo PARAGON, não alcançou significância no desfecho primário. Em análises posteriores foi verificada redução dos eventos de hospitalização no subgrupo com FE ≤57%, tendo recebido uma extensão da indicação para esse perfil nos EUA.

A empagliflozina foi avaliada no estudo EMPEROR-Preserved, envolvendo 5988 pacientes com IC e FE > 40%, seguidos por 26 meses. Ocorre redução do desfecho primário composto por hospitalização por IC ou morte cardiovascular em 21%. O número necessário para tratar (NNT) foi de 31, reforçando a relevância clínica, apesar de não alcançar significância na redução de mortalidade (HR, 0.91; 95% CI, 0.76 a 1.09). Assim como observado nos pacientes com ICFER, o benefício foi independente da coexistência de diabetes.

A empagliflozina teve aprovação inicialmente em 2014 para controle glicêmico em adultos portadores de diabetes tipo 2. Com a publicação do estudo EMPA-REG, expandiu a indicação para redução do risco de eventos cardiovasculares e de morte cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular estabelecida. Com o estudo EMPEROR REDUCED, recebeu aprovação na prevenção de mortes e internações na ICFER.

Por fim, aguardamos a divulgação dos resultados do estudo DELIVER, que avalia a dapagliflozina em pacientes com ICFEP. Resultados positivos devem consolidar a indicação dos iSGLT2 nessa população.