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Embolia Pulmonar é Causa Frequente de Síncope?
Escrito por
Pedro Veronese
Publicado em
11/11/2016
Embolia pulmonar (EP), apesar de ser reconhecida como uma causa de síncope, é citada de forma bastante tímida nos guidelines sobre o tema. Desta forma, o diagnóstico de embolia pulmonar como causa de síncope muitas vezes é esquecido.
Recente estudo publicado, N ENGL J MED 2016; 375:1524-31, conduziu uma investigação sistemática de EP em pacientes internados com diagnóstico de síncope em 11 hospitais italianos. A investigação foi feita mesmo que houvesse uma causa mais provável para a síncope.
O diagnóstico de EP era descartado em pacientes que tinham probabilidade pré-teste baixa pelo score de Wells simplificado e um dímero-D negativo. Em todos os demais pacientes a EP foi descartada ou confirmada com cintilografia V/Q ou angiotomografia de artéria pulmonar.
Foram incluídos 560 pacientes no estudo, com média de idade de 76 anos, sendo que em 330 deles (58,9%), o diagnóstico de EP foi descartado pela baixa probabilidade pré-teste mais o dímero-D negativo. Entre os 230 restantes, EP foi identificada em 97 deles, ou seja, em 17,3% de todos os 560 pacientes. O diagnóstico de EP foi encontrado em 45 dos 355 pacientes (12,7%) que tinham uma explicação alternativa para a síncope e em 52 dos 205 pacientes (25,4%) que não tinham uma outra explicação para a síncope.
EP foi identificada em aproximadamente um sexto dos pacientes hospitalizados pelo primeiro episódio de síncope.
Algumas considerações importantes são: a maior parte dos pacientes que procuraram o serviço de emergência por causa de síncope não precisaram de internação hospitalar, pois eram casos de menor gravidade e de provável etiologia neuromediada. Os achados desse estudo referem-se apenas aos pacientes que precisaram de internação e que não vinham em uso de anticoagulantes. A presença do diagnóstico de EP foi mais frequente nos pacientes em que um diagnóstico alternativo para a síncope não foi encontrado. Além do mais, a correlação causal entre a EP e a síncope não pode ser comprovada principalmente nos pacientes que tiveram um quadro de EP mais discreto.
Concluímos que o diagnóstico de EP deve ser lembrado pelos profissionais que avaliam pacientes internados com síncope, que a probabilidade de EP aumenta em pacientes com fatores de riscos e que não tem uma outra causa mais provável para a síncope.