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Dronedarona e Lesão Hepática. Qual o verdadeiro lugar desta medicação?
Escrito por
André Lima
Publicado em
14/1/2011
A Dronedarona vem sendo comentada aqui há algum tempo. Esta medicação nasceu como uma alternativa para o uso da amiodarona, com menos efeitos adversos, mas este fim não foi plenamente alcançado. Como comentado no post anterior, a sua eficácia no controle da FA comparada com a amiodarona decepcionou. Isto foi observado no Estudo DYONYSUS que revelou recorrência da FA em 53% dos pctes que usaram dronaderona e em 42% do grupo da amiodarona. Quando avaliada a tolerância e efeitos colaterais, a dronaderona não convenceu, pois foi demonstrado uma incidência de 10,4 % de abandono com a dronaderona e no grupo amiodarona a descontinuidade foi de 13,3%. Será que a diferença de tolerabilidade compensa o déficit na eficácia entre as duas drogas?
Lembro também do Estudo clínico ANDROMEDA que foi interrompido precocemente por aumento de mortalidade nos pacientes com insuficiência cardíaca com descompensação recente ou com disfunção sistólica grave.
A Sanofi-Aventis ( indústria responsável pelo MULTAQ - Dronaderona) divulgou um alerta quanto ao risco de indução de lesão hepática grave relacionada ao uso do antiarrítmico que incluiram 2 casos de necessidade de transplante hepático. A empresa descreve a possibilidade de alterações nas provas laboratoriais de lesão hepática, porém enfatiza que não existem dados suficientes para correlação causal inequívoca entre a droga e a lesão hepática.
Em conssonância, o FDA também divulgou hoje (14/01/11) uma comunicação de segurança que estimula os profissionais de saúde solicitarem testes periódicos de função hepática em doentes que tomam dronedarona, especialmente nos primeiros seis meses de tratamento, além de orientarem os pacientes a relatar quaisquer sintomas sugestivos de lesão hepática imediatamente.
FONTE: FDA