Dissecção de Aorta tipo B: Quando intervir?

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Dissecção de Aorta tipo B: Quando intervir?

A dissecção de aorta (DA) é definida como uma laceração na camada íntima e lâmina elástica interna na parede da Aorta ocasionando sua separação em dois canais.

A classificação mais utilizada é a de Stanford, a qual se diferencia em tipo A (com envolvimento da Aorta ascendente) e tipo B (sem envolvimento da Aorta ascendente). Esta classificação é importante, uma vez que divide, com clareza, as dissecções que têm que ser tratadas cirurgicamente (tipo A) e as que são de tratamento eminentemente não operatório (tipo B). A Dissecção de Aorta possui uma prevalência 3 casos/100 mil habitantes, sendo destes 2/3 homens e 2/3 do tipo Stanford A.

Uma vez que a Dissecção do tipo A possui mortalidade de 1-2% por hora no início do quadro, atingindo 30% nas primeiras 48h, seu tratamento é eminentemente cirúrgico e nosso enfoque será sobre a Dissecção do tipo B (DATB).

Segundo o critério temporal, a DATB se divide em aguda (até 14 dias de duração dos sintomas), subaguda (2 a 6 semanas) e crônica (mais de 6 semanas).

O tratamento dos pacientes com DATB começa sempre pelo manejo clínico através da tríade: controle da dor (com derivados opióides), controle da pressão arterial sistêmica e do impulso cardíaco (dp/dt). A intervenção fica reservada para os casos complicados e/ou sintomáticos apesar do tratamento clínico já iniciado, quais sejam:

- sinais de ruptura: hemotórax, alargamento de mediastino, choque;

- Aorta com diâmetro maior que 5 cm;

- sinais de isquemia em órgão-álvo: rim, intestino, membro, medula etc;

- progressão da dissecção (anterógrada ou retrógrada);

- dor intratável;

- hipertensão de difícil controle.

A DTAB não complicada submetida ao tratamento clínico, possui mortalidade em 30 dias de 10%, semelhante à mortalidade se submetida à intervenção. Já os casos sintomáticos/complicados possuem uma mortalidade em 30 dias de 50% só com o tratamento clínico, o que faz necessária a correção cirúrgica. Dos pacientes não complicados tratados clinicamente 40-60% vão necessitar de cirurgia ao longo de 5 anos devido à progressão da dilatação da falsa luz da aorta, mas este é um tema para outro post.

Referências bibiliográficas:

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