Disjunção anular mitral: o que você precisa saber?

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Disjunção anular mitral: o que você precisa saber?

Já ouviu falar de disjunção anular mitral? Vamos ver o que você precisa saber. Começando com um caso:Paciente feminino, 22 anos, com extrassístoles ventriculares frequentes. Imagem mostra o seguinte

O prolapso da válvula mitral é relativamente comum, com uma prevalência de cerca de 2% na população. O prognóstico normalmente é bom. No entanto, em uma pequena parcela de pacientes jovens e de meia idade, este achado foi associado a arritmias ventriculares malignas e até morte súbita. Alguns trabalhos têm relacionado o risco arrítmico aumentado quando há presença de prolapso de ambos os folhetos, fibrose do músculo papilar e disjunção do anel mitral.

A disjunção do anel mitral é caracterizada pelo descolamento superior das raízes do anel valvar do miocárdio ventricular ao qual ele normalmente estaria ligado. Estudo recente publicado no JACC demonstrou que a presença de disjunção anular mitral é um marcador claro de risco arrítmico, mesmo sem a presença de prolapso valvar mitral. Na ausência de outros fatores de risco conhecidos para morte súbita cardíaca, estes achados sugerem a existência de uma nova síndrome clínica, a síndrome arrítmica da disjunção anular mitral.

No estudo, os pacientes com disjunção apresentaram arritmias ventriculares frequentes:

  • Palpitações foram os sintomas mais comuns (71%).
  • 1/3 tiveram arritmias ventriculares.
  • Eventos arrítmicos graves ocorreram em 12% dos pacientes.
  • 22% dos pacientes com disjunção não tinham prolapso valvar mitral.

Atenção:

  • Arritmias ventriculares são frequentes em pacientes com disjunção anular mitral e o prolapso valvar mitral isolado não é associado a eventos arrítmicos, indicando a própria disjunção como entidade arritmogênica.

Fonte: Dejgaard LA, Skjølsvik ET, Lie ØH, et al. The Mitral Annulus Disjunction Arrhythmic Syndrome. J Am Coll Cardiol. 2018 Oct 2;72(14):1600-1609.