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Disjunção anular mitral: o que você precisa saber?
Escrito por
Ricardo Rocha
Publicado em
25/5/2021
Já ouviu falar de disjunção anular mitral? Vamos ver o que você precisa saber. Começando com um caso:Paciente feminino, 22 anos, com extrassístoles ventriculares frequentes. Imagem mostra o seguinte
O prolapso da válvula mitral é relativamente comum, com uma prevalência de cerca de 2% na população. O prognóstico normalmente é bom. No entanto, em uma pequena parcela de pacientes jovens e de meia idade, este achado foi associado a arritmias ventriculares malignas e até morte súbita. Alguns trabalhos têm relacionado o risco arrítmico aumentado quando há presença de prolapso de ambos os folhetos, fibrose do músculo papilar e disjunção do anel mitral.
A disjunção do anel mitral é caracterizada pelo descolamento superior das raízes do anel valvar do miocárdio ventricular ao qual ele normalmente estaria ligado. Estudo recente publicado no JACC demonstrou que a presença de disjunção anular mitral é um marcador claro de risco arrítmico, mesmo sem a presença de prolapso valvar mitral. Na ausência de outros fatores de risco conhecidos para morte súbita cardíaca, estes achados sugerem a existência de uma nova síndrome clínica, a síndrome arrítmica da disjunção anular mitral.
No estudo, os pacientes com disjunção apresentaram arritmias ventriculares frequentes:
- Palpitações foram os sintomas mais comuns (71%).
- 1/3 tiveram arritmias ventriculares.
- Eventos arrítmicos graves ocorreram em 12% dos pacientes.
- 22% dos pacientes com disjunção não tinham prolapso valvar mitral.
Atenção:
- Arritmias ventriculares são frequentes em pacientes com disjunção anular mitral e o prolapso valvar mitral isolado não é associado a eventos arrítmicos, indicando a própria disjunção como entidade arritmogênica.