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Desafio De ECG: qual a arritmia mostrada e qual o tratamento inicial?
Escrito por
Pedro Veronese
Publicado em
25/4/2016
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Paciente de 22 anos chega a emergência com queixa de palpitações taquicárdicas há 1 hora. PA 120x80 mmHg e sem sinais de instabilidade.
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Resposta: Taquicardia Por Reentrada Nodal (comum)
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ECG pós Reversão[/caption]
ECG com taquicardia (FC 150bpm) de QRS estreito (QRS < 120ms) e RR regular. Há 5 possibilidades diagnósticas:
1. Taquicardia Sinusal: descartada pois não há onda p + em DI, DII e aVF precedendo o QRS.
2. Flutter Atrial: descartado, pois não há ondas F com morfologia de serrilhado de serrote em DII, DIII e aVF.
Sobram as taquicardias paroxísticas supraventriculares (TPSV).
Para diferenciá-las é importante tentar localizar a onda p. Neste traçado se vê a presença de onda p na parede inferior (DII, DIII e aVF) como uma pseudo onda S e em V1 como um R'.
Portanto, estamos no grupo das taquicardias cujo RP é menor que o PR. Há 3 possibilidades:
- Taquicardia Atrial
- Taquicardia Reentrada Nodal (comum)
- TAV ortodrômica da Síndrome de W.P.W.
Como o RP < 70ms (intervalo do início do QRS até o início da onda p), produzindo no ECG de taquicardia uma pseudo onda S na parede inferior e um R' em V1, temos um típico traçado de taquicardia por reentrada nodal comum, onde o estímulo desce para os ventrículos pela via lenta nodal (via alfa) e sobe para os átrios pela via rápida nodal (via beta).
No ECG após a reversão, nota-se o desaparecimento da pseudo onda S e do R', confirmando o diagnóstico de TRN comum.
Essa taquicardia pode ser revertida no pronto-socorro com manobra vagal e adenosina. Pode ser tratada com antiarrítmicos ou ablação por radiofrequência.