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Paciente de 57 anos, feminina com antecedente de hipertensão arterial, diabetes, angioplastia coronariana há 7 anos e episódios paroxísticos de fibrilação atrial, deu entrada em hospital com quadro de sepse de foco respiratório. Descartado quadro coronariano agudo atual e dentre os exames solcitados foram detectados: DM descompensado, ECG com ritmo sinusal, TSH de 0,29 (0,5-5,0 uUI/mL), T4 livre 0,75 (0,7-1,8ng/dL) e T3 72 (60-215 ng/dL).
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Resposta abaixo:
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Trata-se de um caso de síndrome do eutireoideo doente. Os exames da paciente em questão mostram T4l no limite inferior da normalidade. Nesse contexto, como o as variações do TSH são muito mais sensíveis que as do T4L, o esperado seria vir um TSH compensatoriamente alto e não o contrário. Se fosse hipertireoidismo subclínico nem o T4l nem T3 deveriam estar no limite inferior. A síndrome do eutireoideo doente ocorre em pacientes com doenças agudas como forma de proteção do organismo para diminuir sua taxa de metabolismo. Assim, observam-se níveis baixos de hormônios tireodianos livres e, em alguns casos, baixos níveis de TSH mimetizando um hipotireoidismo central. A recuperação da função tireoidiana costuma ocorrer após a resolução da doença aguda e não há nenhuma evidência que o seu tratamento traga benefícios. Assim, segundo recomendação recente de Associação Americana de Tireoide em seu guideline de tratamento de hipotireoidismo, a medição do TSH em pacientes hospitalizados só deve ser feita quando houver alta suspeição de disfunção tireoidiana.
Caso enviado por Dra Patricia Gadelha, especialista em endocrinologia pela FMUSP e médica assistente da endocrinologia do HC- UFPE