Curso básico de eletrocardiograma – parte 03 - padronização

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Curso básico de eletrocardiograma – parte 03 – padronização

Neste post comentaremos um pouco sobre a padronização do traçado do eletrocardiograma.

No ecg, um quadrado pequeno corresponde a 1 mm no traçado. Um quadrado grande por sua vez é formado por 5 quadrados pequenos de altura e por 5 quadrados pequenos de largura.

Normalmente, cada quadrado pequeno na horizontal corresponde a 40 milissegundos (ms) de duração. Assim, um segundo corresponde a 25 quadrados pequenos. Desta forma, a regra é que a velocidade do papel do eletro seja de 25 quadrados pequenos por segundo o que é o mesmo que dizer 25 milímetros por segundo (25 mm/s).

Já em relação à amplitude, o padrão é que 10 quadrados pequenos verticais correpondam a 1 milivolt (mV). Ou seja, um quadrado pequeno corresponde a 0,1 mV. Esta amplitude padrão é chamada de N. Se 1 mV corresponder ao dobro da amplitude normal, ou seja, 20 quadrados pequenos ao invés de 10, diz-se que a amplitude é 2N.

Para confirmar então que a padronização está normal, devemos procurar o retângulo que fica nas laterais do papel do ECG. Este retângulo deve ter 10 quadradinhos de altura e 5 quadradinhos de duração. Exemplo:

ecg4

Segue um outro exemplo de um ECG com a configuração normal:

Se configurarmos o mesmo ECG para 2N (20mm/mV), a amplitude dos QRS ficará maior e poderíamos dar o diagnóstico de sobrecarga de ventrículo esquerdo de forma incorreta. Por isso é importante checar a padronização do ecg antes de interpretá-lo.

Segue o ECG do mesmo paciente, no mesmo momento, com a configuração 2N:

Da mesma forma, se configurarmos para 50mm/s, poderíamos realizar o diagnóstico de bradicardia ou distúrbio de condução intra-ventricular quando não há nenhuma alteração, como no exemplo abaixo (do mesmo paciente anterior):