Coronariopatia + hipertensão - o que é a curva J?

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Coronariopatia + hipertensão - o que é a curva J?

Em pacientes com coronariopatia crônica um dos pilares do tratamento medicamentoso é o controle da pressão arterial. Sabe-se que nestes pctes níveis de PA acima de 140x90 estão relacionados com aumento de eventos cardiovasculares. Neste contexto, quanto menor a PA, melhor o prognóstico do pcte? Na verdade, não. Já é bem documentado que pctes com coronariopatia crônica começam a ter pior prognóstico se a pressão diastólica for diminuída em demasia. Níveis de PAD<65-70 mmHg são responsáveis por um aumento nos eventos isquêmicos. Por isto chega-se ao conceito de curva J - a melhor proteção é alcançada com níveis intermediários de PAD. Abaixo de 65 e acima de 90 - aumento de desfechos. O ideal - manter a PAD entre 65 e 90.

Qual o racional fisiopatológico por trás disto? Basta lembramos que a fórmula da pressão de perfusão coronariana:

Pressão de perfusão coronariana (PPC) = pressão diastólica - pressão em ártio direito.

Assim sendo, um indivíduo normal com PA de 120x80 e pressão em átrio direito dentro dos valores fisiológicos (digamos - 5 mmHg) teria uma PPC de 75 mmHg. Se baixarmos a PAD desta pessoa para 60 mmHg - a PPC cai para 55 mmHg. Em um indivíduo normal isto provavelmente não irá trazer repercussões. Contudo, em um pcte com lesão de 90% no terço médio da DA esta queda na PPC pode ser a gota d´água para causar uma isquemia por consumo (diminuição da oferta de O2 mantendo a mesma demanda).

A pressão sistólica não apresenta tal comportamento. Por que? Basta mais uma vez lembrar da fórmula. O que conta para a PPC é a PAD e não a PAS.

Resumindo - seguindo as diretrizes da SBC - manter a PA de pctes coronarianos ao redor de 130x80 mmHg. Evitar PAD <65-70 mmHg.