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Coronariopatia complexa: qual o melhor método de revascularização?
Escrito por
Eduardo Lapa
Publicado em
17/1/2019
Tá lá você no ambulatório de cardio quando chega um paciente com cate triarterial, teste isquêmico alterado e com angina. E aí? Frente a um paciente com coronariopatia complexa, qual o melhor método de revascularização miocárdica? A boa e velha cirurgia ou angioplastia com stents farmacológicos? O mapa mental abaixo ajuda a organizar as ideias:
Mas, Eduardo, aí vou ter que calcular o Syntax Score para decidir a conduta.
Certamente! Todos os guidelines atuais recomendam usar esse útil mecanismo para ajudar nas decisões.
Mas é muito complicado calcular o Syntax! De fato não é simples para o cardiologista clínico. Sem problemas. Peça para o hemodinamicista do seu serviço calculá-lo.
OK. Quer dizer então que calculo o Syntax e acabou-se o raciocínio clínico? Só seguir o esquema acima?
Certamente não. O mapa mental ajuda a resumir o resultado de um dos principais estudos sobre coronariopatia complexa dos últimos 10-20 anos. Mas sempre temos que individualizar a conduta para nossa realidade. Exemplo: estou em um serviço onde a cirurgia tem resultados não tão bons comparados a outros enquanto que o grupo da hemodinâmica tem resultados excelentes. Certamente as decisões não serão cartesianas como as mostradas acima.
E no caso de pacientes diabéticos? Tem alguma particularidade?Sim. No caso de diabéticos multiarteriais a tendência é de ir de estratégia cirúrgica mesmo se o Syntax Score for baixo. Pelo guideline europeu de 2018 a cirurgia nestes casos seria recomendação I enquanto que a angioplastia seria IIb.Gostou do conteúdo? Faz parte do módulo de coronariopatia crônica do nosso curso preparatório em cardiologia. Pegamos as principais evidências e traduzimos para a prática clínica e para acertar questões da prova de título de especialista em cardiologia.