Compartilhe
Complicações tromboembólicas após cardioversão de FA aguda
Escrito por
Fernando Figuinha
Publicado em
29/1/2014
O estudo FinCV (Finnish CardioVersion) foi elaborado para avaliar a incidência e os fatores de risco de complicações tromboembólicas após cardioversão de pacientes com FA aguda.
Após cardioversão de FA aguda em paciente com vários fatores de risco para eventos embólicos, a anticoagulação plena deveria ser considerada. Apesar disso, na prática clínica, a maioria dos pacientes que retornam ao ritmo sinusal recebem alta sem nenhuma terapia anticoagulante.
Nesse estudo, foram realizadas 7.660 cardioversões em 3.143 pacientes com FA com menos de 48hs de duração em 3 hospitais da Finlândia.
Foram avaliadas as complicações embólicas nos primeiros 30 dias após 5.116 cardioversões com sucesso em 2.481 pacientes sem anticoagulação oral ou terapia com heparina peri-procedimento.
Ocorreram 38 eventos embólicos (31 AVCs) em 30 dias (média 2 dias) após cardioversão – 0,7%. 4 pacientes apresentaram acidente isquêmico transitório após o procedimento.
Os preditores de eventos embólicos foram: idade, sexo feminino, insuficiência cardíaca e diabetes. Grupos que apresentavam associação desses fatores tiveram um risco maior. Pacientes com diabetes e insuficiência cardíaca, por exemplo, apresentaram incidência de 9,8% de eventos embólicos.
Assim, seria prudente sempre avaliar o risco de eventos do paciente (escore CHADS ou CHA2DS2-VASc) para definir necessidade de anticoagulação antes da alta hospitalar.
Referência: Airaksinen KEJ et al. Thromboembolic Complications After Cardioversion of Acute Atrial Fibrillation – The FinCV (Finnish CardioVersion) Study. J Am Coll Cardiol 2013;62(13):1187-1192.