Comer carne vermelha aumenta o risco de diabetes mellitus?

Compartilhe

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é um grande problema de saúde pública em todo o mundo, e tanto a incidência quanto a prevalência dessa condição estão aumentando rapidamente. Em estudos observacionais, a ingestão de carne vermelha tem sido associada a um risco aumento de DM2 e a substituição da carne vermelha por outras fontes de proteína tem sido associada a um menor risco.

Estudo publicado recentemente no The American Journal of Clinical Nutrition incluiu 216.695 participantes (81% mulheres) do Nurses’ Health Study (NHS), do NHS II e do Health Professionals Follow-up Study (HPFS) e avaliou a ingestão de carne com questionários semiquantitativos de frequência alimentar a cada 2 a 4 anos desde o início do estudo. Foram utilizados modelos de riscos proporcionais ajustados para estimar as associações entre carne vermelha e DM2.

A ligação entre o consumo de carne vermelha processada e não processada (e ambas combinadas) e um maior risco de diabetes foi observada em todas as coortes quando analisadas separadamente e em conjunto. As pessoas no quintil mais alto de consumo combinado de carne vermelha (Q5) tiveram um risco 2% maior de desenvolver a doença, em comparação com aquelas no quintil mais baixo (Q1).

Os aumentos de risco associados à carne processada e não processada foram de 51% e 40%, respectivamente. Uma porção adicional por dia de carne vermelha processada foi associada a um risco 1,46 vezes maior de diabetes. Este risco foi 1,24 vezes maior para a carne não processada e 1,28 vezes maior para os dois tipos combinados. Observou-se ainda que a substituição total da carne vermelha por nozes e legumes e laticínios foi associada a um menor risco de DM2.

O estudo apoia as recomendações dietéticas atuais de limitar o consumo de carne vermelha e destaca a importância de diferentes fontes alternativas de proteína na prevenção do DM2.