Compartilhe
Indicações de CDI na Cardiomiopatia Hipertrófica
Escrito por
André Lima
Publicado em
22/9/2012
O novo Guideline da AHA/ACC sobre cardiomiopatia hipertrófica (CMH) e publicada no final de 2011 nos trouxe uma nova orientação para indicação do implante do cardiodesfibrilador implantável (CDI) nesta população.
A única indicação classe I (NE B) ficou para profilaxia secundária, ou seja, naqueles indivíduos que apresentaram TV com instabilidade hemodinâmica ou ressuscitados de parada cardíaca em ritmo de FV/TV.
A grande mudança ocorreu nas indicações para profilaxia primária, onde história familiar de MSC, septo ≥ 30mm ou síncope inexplicada, a indicação do CDI é razoável e pode ser indicada (ou seja, não é obrigatório) - classe IIa (NE C).
Queda da PAS no teste ergométrico e a tão temida TVNS no holter 24hs, perderam “força” na indicação, onde o implante do CDI só é aceitável quando somados a outros fatores de riscos :ressonância magnética com fibrose, obstrução em via de saída, aneurisma apical e mutação genética “maligna” - classe IIa (NE C).
Os pacientes que recebem o implante de CDI por profilaxia secundária possuem taxa de choques apropriados de 10% ano, enquanto que na profilaxia primária é em torno 4% ano. Choque apropriado não é sinônimo de MSC!
Acreditamos que independente das recomendações o implante do CDI deve ser individualizado. Devemos levar em conta as possíveis complicações relacionadas ao procedimento e dispositivo (que podem atingir taxas de até 50%), os custos e a expectativa de vida do paciente, em especial nas indicações para profilaxia primária onde as evidências são menos robustas e muitas vezes conflitantes.