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Quando Indicar CDI na Prevenção Secundária? Uma Abordagem prática.
Escrito por
Pedro Veronese
Publicado em
5/11/2018
Não há consenso em relação à indicação do cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenção secundária entre as diversas diretrizes (brasileiras, americana e europeia). Na figura a seguir, segue a visão do cardiopapers sobre o tema:
Veja alguns exemplos abaixo:
Caso Clínico 1:
Homem de 54 anos, com antecedentes de HAS e tabagismo dá entrada no serviço de emergência com quadro de dor precordial típica há 1 hora da entrada. ECG mostra supradesnivelamento do segmento ST de V1 a V6, DI e aVL. Enquanto era preparado para angioplastia primária apresentou PCR em FV sendo prontamente desfibrilado. Já no laboratório de hemodinâmica recebeu stent farmacológico no terço proximal da DA.
Comentário: não há indicação de CDI para prevenção secundária, pois a PCR em ritmo chocável foi na fase aguda de uma SCA, portanto com uma nítida causa reversível.
Caso Clínico 2:
Homem de 64 anos, com antecedentes de DM, tabagismo e 3 IAMs prévios evoluiu com quadro de angina. Realizou cineangiocoronariografia que mostrou DAC extensa e com comprometimento triarterial. ECO com FE 40% (miocardiopatia isquêmica). Na discussão multidisciplinar da cardiologia foi optado pelo tratamento clínico exclusivo, pois não havia proposta de revascularização percutânea ou cirúrgica possível. Após 3 meses da alta, apresentou PCR em TVS sendo prontamente atendido pelo SAMU. Atualmente sem sequelas neurológicas.
Comentário: há indicação de CDI para prevenção secundária, pois apesar de ter uma causa potencialmente reversível, a isquemia causada por DAC difusa, neste caso específico, não há proposta possível de revascularização.
Caso Clínico 3:
Homem de 48 anos, com antecedente de miocardiopatia chagásica dá entrada no serviço de emergência devido a quadro de síncope. A monitorização cardíaca evidenciou uma TVS que foi prontamente cardiovertida eletricamente. ECO mostrou FE 30%.
Comentário: uma TV sincopal configura uma arritmia com instabilidade hemodinâmica. Como não há uma causa reversível, há indicação do implante de CDI para prevenção secundária.
Bibliografia: