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Angioplastia na miocardiopatia isquêmica
Escrito por
Humberto Graner
Publicado em
2/9/2022
Em Barcelona, durante o Congresso da European Society of Cardiology (ESC) 2022, foi apresentado o estudo REVIVED-BCIS2, publicado simultaneamente no periódico New England Journal of Medicine1. O objetivo do estudo foi avaliar se o tratamento da IC por miocardiopatia isquêmica com angioplastia pode melhorar a sobrevida e reduzir a hospitalização destes pacientes
O que dizem as evidências:
- O estudo STICH – o único estudo randomizado que avaliou cirurgia de revascularização na miocardiopatia isquêmica com FE ≤35% - mostrou uma redução da mortalidade a favor da cirurgia após um seguimento de 10 anos (59% dos pacientes randomizados para CRM morreram versus 66% no grupo TMO; hazard ratio [HR] 0,84; IC 95% 0,73-0,97; P=0,02);2
- No STICH, a mortalidade nos primeiros 30 dias foi significativamente maior no grupo cirúrgico (HR 3,12; IC 95% 1,33-7,31);
- Nos primeiros 5 anos, não houve diferença estatisticamente significativa na mortalidade (HR 0,86; IC 95% 0,72-1,04; P = 0,12), embora a ocorrência do desfecho composto de morte ou hospitalização por IC tenha sido menor no grupo cirurgia (HR 0,84; IC 95% 0,71-0,98);
- Embora numerosas comparações tenham sido feitas entre ICP vs CRM em pacientes com DAC sintomática, a maioria excluiu pacientes com disfunção importante de VE;
- As diretrizes recomendam CRM para pacientes com DAC multiarterial e FE ≤35%, e a angiplastia na miocardiopatia isquêmica é recomendação IIb apenas para quando a CRM não é factível.
- IAM < 4 semanas antes da randomização
- TFG < 25 ml/min/1,73m2
- IC descompensada requerendo inotrópico/DVA/VM/VNI ou DAVE <72 horas antes da randomização
- Doença valvar que requeira intervenção
- Contraindicação para angioplastia